sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Afetividade e Sexualidade




Quando falamos de afetividade, mostramos a relação que pode existir entre homem e mulher - é a 'relação' - afetiva; onde tanto o homem como a mulher vão buscar sua afetividade juntos. Vão dar início a um novo processo de amar e de ser afetivamente unido em particular, ela é só do casal sem intromissão de ninguém.

Ser afetivo é deixar amar-se; o homem conquista a mulher e ela por sua vez se deixar conquistar pelo homem, faz-se assim um laço de afetividade. Este laço não pode ser quebrado, pois é momento de entrega e principalmente de conhecimento afetivo. O laço é quebrado com a traição, desconfiança, desamor e as demais coisas que hoje a nossa sociedade apresenta através dos MCS (Meios de Comunicação Sociail), as novelas de televisão nos mostra a traição (adultério) como uma coisa normal que pode acontecer com qualquer casal, os jovens se identificam com a TV, e automaticamente se identificam com o adultério da TV. É 'fácil demais'.

Assim nossa afetividade dá lugar a paixão que atualmente leva os jovens a se entregarem a sociedade mundana que 'está na moda'.

Devido à tantas formas de nos afastarmos da afetividade é que devemos lutar com toda a nossa força para reconquistar e cada vez mais vivenciá-la em nossas vidas. Deixar tudo o que é do mundo, e procurar as coisas que vem de Deus. Dizer um 'basta' as vontades próprias e se entregar a Jesus.

Somos criaturas feitas de amor, com amor e para amar (cf. Jo 4,16).

Deus nos mostra o novo nascimento do amor, da relação afetiva. A afetividade vem trazer a sexualidade, é uma necessidade que se for dada continuidade resultará em uma sexualidade de amor, e não uma sexualidade de puro sexo, atravessamos a sexualidade e chegamos a genitalidade e esquecemos que a afetividade traz a sexualidade, no tempo certo, e dai irá a genitalidade, pois Deus é o criador, o homem tem a tarefas de procriação, que foi dada por Deus. O amor é a chave de uma vida jovem no Espírito. 'Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, sou como bronze que soa, ou como címbalo que retine' (I Cor 13,1).

Nisto existe pessoas que acreditam que o amor pode se desgastar com o tempo, pela falta de atitudes amorosas e afetivas. É verdade que assumir logo de início as atitudes de casal - relações sexuais, vida em comum - tem como efeito impedir muitas vezes o aprofundamento do amor, interromper sua construção, viciar a sua verificação. O amor não é só o fogo do sentimento, não é só um flash de uma paixão. O amor é um fogo que é um fogo. 'O Amor é mais forte do que a morte; O fogo ardente do amor é uma chama divina! Toda água dos oceanos não seria suficiente para apagar o fogo do AMOR' (ct 8,6).

O sacramento do matrimônio dá esta capacidade de renovar o amor bebendo da fonte que é o amor.

Temos que valorizar a vida, a vida matrimonial, temos que trabalhar nossos jovens sobre a importância e a beleza de um matrimônio sadio e bem feito e ver os frutos desta criação que Deus-Pai nos deu, é uma graça maravilhosa a que Deus coloca nas mãos do homem.

Temos que ter uma juventude para Jesus, se isso significar ser santo, é a santidade que teremos que buscar, precisamos de jovens santos, de famílias santas, de amor, namoro e casamentos SANTOS. Santos para Deus para podermos entregar para Jesus e dizer: Toma, Senhor, nosso coração é teu, único e exclusivamente TEU.

O homem foi criado por Deus com uma carência afetiva, o homem vai precisar da mulher, uma companheira, uma pessoa que resolveu deixar tudo para viver com ele. Muitas das vezes esta carência pode tornar-se doentia, daí tem origem o ciúme, o desinteresse pelo casamento, ou sua continuidade.

Podemos assim fazer uma relação com o matrimônio, noivado e namoro, isto é, um mal casamento é reflexo de um mal noivado, e um mal noivado é resultado de um mal namoro. O namoro de jovens deve ser santo, suas atitudes serão santas, construindo assim uma nova vida de jovens renovados no Espírito de jovens transformados, e essa atitude de transformação provém da criação.

O grande problema dos jovens no namoro é ultrapassar o 'sinal vermelho', temos que ter um limite de chegada, pois é a falta desse limite que encontramos jovens ainda não maduros na frente de famílias, que encontramos um alto índice de prostituição, de menores carentes, de jovens que fogem de casa revoltados com seus pais. Ultrapassar o 'sinal vermelho' é dar um tiro na vida, na vida nova que Jesus nos convida a assumir e a ter convicção no que afirmamos, dar esse tiro na vida significa selar a entrada a santidade no corpo, no amor e nas feridas abertas não cicatrizadas.

O homem tem carências afetivas, mas isso não quer dizer que começaremos a brincar com os sentimentos dos outros, brincar com o sexo e abusar dele fazendo o que bem entender.

A afetividade é amor, puro e de maneira santa, somos chamados por Deus a santidade (I Ts 4, 7-8) mas sim a uma nova vida no Espírito, temos que exercitar um namoro santo, a Igreja precisa de jovens santos, para com eles se tornarem verdadeiros santos.

Carência afetiva é uma necessidade, o uso indevido dela torna um pecado e impureza para o Nosso Deus.

A maturidade é sinal de que caminhamos na estrada certa, que evoluímos ao projeto de Cristo, a imaturidade é sinal de que decaímos no oceano da desilusão e atravessamos a linha imaginária do pensamento não evolutivo, para o pensamento não-involutivo, seria um sinal a saída pós-maturidade do jovem a vida que o mundo oferece, aos prazeres sociais que hoje conquistaram todos os extremos do mundo.

Por fim, a maturidade é sinal de responsabilidade, ser responsável em estar com o outro respeitando, isso faz o amor crescer, ter responsabilidade tão qual a de um marido com sua esposa, a maturidade e o grau que temos que buscar como jovens que querem ser santos, que querem servir a Deus como Santos hoje, na sociedade, na escola, na rodinha de amigos, ser santos, esta é a palavra chave de nosso grito. Queremos ser santos hoje. Nossa plena maturidade é alcançarmos a maturidade psicológica, física e de atitudes.

Fonte: http://www.geocities.com/heartland/canyon/3468

Por que o celibato do sacerdote?

O casamento poderia trazer muitas dificuldades aos sacerdotes

Jesus Cristo é o verdadeiro sacerdote e foi celibatário; então, a Igreja vê n'Ele o modelo do verdadeiro sacerdote que, pelo celibato, se conforma ao grande Sacerdote. Jesus deixou claro a Sua aprovação e recomendação ao celibato para os sacerdotes, quando disse: “Porque há eunucos que o são desde o ventre de suas mães, há eunucos tornados tais pelas mãos dos homens e há eunucos que a si mesmos se fizeram eunucos por amor do Reino dos céus. Quem puder compreender, compreenda” (Mateus 19,12).


Nisso Cristo está dizendo que os sacerdotes devem assumir o celibato, como Ele o fez, “por amor ao Reino de Deus”. O sacerdote deve ficar livre dos pesados encargos de manter uma família, educar filhos, trabalhar para manter o lar; podendo assim dedicar-se totalmente ao Reino de Deus. É por isso que, desde o ano 306, no Concílio de Elvira, na Espanha, o celibato se estendeu por todo o Ocidente, até que em 1123 o Concílio universal de Latrão I o tornou obrigatório.


É preciso dizer que a Igreja não impõe o celibato a ninguém; ele deve ser assumido livremente e com alegria por aqueles que têm essa vocação especial de se entregar totalmente ao serviço de Deus e da Igreja. É uma graça especial que o Senhor concede aos chamados ao sacerdócio e à vida religiosa. Assim, o celibato é um sinal claro da verdadeira vocação sacerdotal.


No início do Cristianismo a grandeza do celibato sacerdotal ainda não era possível; por isso São Paulo escreve a Timóteo, que o grande Apóstolo colocou como bispo de Éfeso, dizendo: “O epíscopo ou presbítero deve ser esposo de uma só mulher” (1Tm 3, 2). Estaria, por isso, o padre hoje obrigado a se casar? Não. O Apóstolo dos gentios tinha em vista uma comunidade situada em Éfeso, cujos membros se converteram em idade adulta, muitos deles já casados. Dentre esses o Apóstolo deseja que sejam escolhidos para o sacerdócio homens casados (evitando os viúvos recasados). Já no ano 56, São Paulo, que optou pelo celibato, escrevia aos fiéis de Corinto (cf. 1Cor 7,25-35) enfatizando o valor do celibato: “Aos solteiros e às viúvas digo que lhes é bom se permanecessem como eu. Mas se não podem guardar a continência que se casem” (1Cor 7,8). “Não estás ligado a uma mulher? Não procures mulher”. São Paulo se refere às preocupações ligadas ao casamento (orçamento, salário, educação dos filhos...). E enfatiza:


“Quem não tem esposa, cuida das coisas do Senhor e do modo de agradar à esposa, e fica dividido. Da mesma forma a mulher não casada e a virgem cuidam das coisas do Senhor, a fim de serem santas de corpo e de espírito. Mas a mulher casada cuida das coisas do mundo; procura como agradar ao marido”. “Procede bem aquele que casa sua virgem; aquele que não a casa, procede melhor ainda” (1Cor 7, 38). A virgindade consagrada e o celibato não tinham valor nem para o judeu nem para o pagão. Eles brotam da consciência de que o Reino já chegou com Jesus Cristo.


O último Sínodo dos Bispos sobre a Eucaristia confirmou o celibato e o Papa Bento XVI expressou isso na Exortação Apostólica pos-sinodal “Sacramentum Caritatis”, de 22 fev 2007. Disse o Sumo Pontífice:


“Os padres sinodais quiseram sublinhar como o sacerdócio ministerial requer, através da ordenação, a plena configuração a Cristo... é necessário reiterar o sentido profundo do celibato sacerdotal, justamente considerado uma riqueza inestimável e confirmado também pela prática oriental de escolher os bispos apenas de entre aqueles que vivem no celibato (...) Com efeito, nesta opção do sacerdote encontram expressão peculiar a dedicação que o conforma a Cristo e a oferta exclusiva de si mesmo pelo Reino de Deus. O fato de o próprio Cristo, eterno sacerdote, ter vivido a sua missão até ao sacrifício da cruz no estado de virgindade constitui o ponto seguro de referência para perceber o sentido da tradição da Igreja Latina a tal respeito. Assim, não é suficiente compreender o celibato sacerdotal em termos meramente funcionais; na realidade, constitui uma especial conformação ao estilo de vida do próprio Cristo. Antes de mais, semelhante opção é esponsal: a identificação com o coração de Cristo Esposo que dá a vida pela sua Esposa. Em sintonia com a grande tradição eclesial, com o Concílio Vaticano II e com os Sumos Pontífices meus predecessores, corroboro a beleza e a importância duma vida sacerdotal vivida no celibato como sinal expressivo de dedicação total e exclusiva a Cristo, à Igreja e ao Reino de Deus, e, consequentemente, confirmo a sua obrigatoriedade para a tradição latina. O celibato sacerdotal, vivido com maturidade, alegria e dedicação, é uma bênção enorme para a Igreja e para a própria sociedade” (n.24).


O Mahatma Ghandi, hindu, tinha grande apreço pelo celibato. Ele disse: “Não tenham receio de que o celibato leve à extinção da raça humana. O resultado mais lógico será a transferência da nossa humanidade para um plano mais alto... “Vocês erram não reconhecendo o valor do celibato: eu penso que é exatamente graças ao celibato dos seus sacerdotes que a Igreja católica romana continua sempre vigorosa” (Tomás Tochi, “Gandhi, mensagem para hoje”, Ed. Mundo 3, SP, pp. 105ss,1974).


Alguns querem culpar o celibato pelos erros de uma minoria de padres que se desviam do caminho de Deus. A queda desses padres no pecado não é por culpa do celibato, e sim por falta de vocação, oração, zelo apostólico, mortificação, etc; tanto assim que a maioria vive na castidade e por uma longa vida. Quantos e quantos padres e bispos vivendo em paz e já com seus cabelos brancos!


O casamento poderia trazer muitas dificuldades aos sacerdotes. Não nos iludamos, casados, eles teriam todos os problemas que os leigos têm, quando se casam. O primeiro é encontrar, antes do diaconato, uma mulher cristã exemplar que aceite as muitas limitações que qualquer sacerdote tem em seu ministério. Essa mulher e mãe teria de ficar muito tempo sozinha com os filhos. Depois, os padres casados teriam de trabalhar e ter uma profissão, como os pastores protestantes, para manter a família. Quantos filhos teriam? Certamente não todos que talvez desejassem. Teriam certamente que fazer o controle da natalidade pelo método natural Billings, que exige disciplina. A esposa aceitaria isso?


Além disso, podemos imaginar como seria nocivo para a Igreja e para os fiéis o contratestemunho de um padre que por ventura se tornasse infiel à esposa e mãe dos seus filhos! Mais ainda, na vida conjugal não há segredos entre marido e mulher. Será que os fiéis teriam a necessária confiança no absoluto sigilo das confissões e aconselhamentos com o padre casado? Você já pensou se um dos filhos do padre entrasse pelos descaminhos da violência, da bebedeira, das drogas e do sexo prematuro, com o possível engravidamento da namorada?


Tudo isso, mas principalmente a sua conformação a Jesus Cristo, dedicado total e exclusivamente ao Reino de Deus, valoriza o celibato sacerdotal.


Fonte: www.cancaonova.com

O que é castidade?

O domínio de si mesmo é fundamental para a pessoa ser capaz de se doar aos outros

O sexo tem um sentido muito profundo; é o instrumento da expressão do amor conjugal e da procriação. Toda vez que ele é usado, antes ou fora do casamento, de qualquer forma que seja, peca-se contra a castidade.

A castidade é uma virtude moral. É também um dom de Deus, uma graça, um fruto da obra espiritual (Cf. Gl 5,22-23). O Espírito Santo concede o dom de imitar a pureza de Cristo àquele que foi regenerado pela água do Batismo (Cf. Catecismo da Igreja Católica - CIC §2345).


“E todo aquele que nele tem esta esperança, se torna puro como ele é puro” (1Jo 3,3). A castidade significa a integração correta da sexualidade na pessoa e, com isso, a unidade do homem em seu ser corporal. Para se viver uma vida casta é necessária a aprendizagem do domínio de si; ou o homem comanda suas paixões e obtém a paz ou se deixa subjugar por elas e se torna infeliz.


Santo Agostinho disse que: “A dignidade do homem exige que ele possa agir de acordo com uma opção consciente e livre, isto é, movido e levado por convicção pessoal e não por força de um impulso interno cego ou debaixo de mera coação externa. O homem consegue esta dignidade quando, libertado de todo cativeiro das paixões, caminha para o seu fim pela escolha livre do bem e procura eficazmente os meios aptos com diligente aplicação.” (Confissões, 10,29,40).


Para se viver segundo a castidade é preciso resistir às tentações por intermédio dos meios que a Igreja nos ensina: fugir das tentações, obedecer aos mandamentos, viver uma vida sacramental, especialmente freqüentando sempre a Confissão e a Comunhão, e viver uma vida de oração. Muito nos ajuda nisso a reza do santo Rosário de Nossa Senhora e a devoção e auxílio dos santos (cf. CIC §2340).

Santo Agostinho afirmou também que: “A castidade nos recompõe, reconduzindo-nos a esta unidade que tínhamos perdido quando nos dispersamos na multiplicidade” (Confissões, 10,29,40).


A virtude da castidade é comandada pela virtude cardeal da temperança, que faz depender da razão as paixões e os apetites da sensibilidade humana (cf. CIC §2341). O homem que vive entregue às paixões da carne, na verdade, vive de “cabeça para baixo”; sua escala de valores é invertida; torna-se fraco. Não é mais um homem; mas, uma caricatura de homem.


Infelizmente, a sociedade hoje ensina os jovens a darem vazão e satisfação a todos os baixos instintos; essa “educação” é uma forma de animalizar o ser humano, pois coloca os seus instintos acima de sua razão e de sua espiritualidade.

O domínio de si mesmo é fundamental para a pessoa ser capaz de se doar aos outros. A castidade torna aquele que a pratica apto para amar o próximo e ser uma testemunha do amor de Deus. Quem não luta para ter o domínio de si mesmo é um egoísta; não é capaz de amar. Por isso, a castidade é escola de caridade. A Igreja ensina que: “Todo batizado é chamado à castidade. O cristão “se vestiu de Cristo” (Cf. Gl 3,27), modelo de toda castidade. Todos os fiéis de Cristo são chamados a levar uma vida casta segundo seu específico estado de vida. No momento do Batismo, o cristão se comprometeu a viver sua afetividade na castidade” (CIC §2348).

Santo Ambrósio ensinava que: “As pessoas casadas são convidadas a viver a castidade conjugal; os outros praticam a castidade na continência; isso significa viver a vida sexual apenas com o seu cônjuge. Existem três formas da virtude da castidade: a primeira, dos esposos; a segunda, da viuvez; a terceira, da virgindade. Nós não louvamos uma delas excluindo as outras. Nisso a disciplina da Igreja é rica (Vid. 23)” (CIC §2349).

Também os noivos são chamados a viver em castidade. A vida sexual só deve ser vivida após o casamento, pois só então o casal se pertence mutuamente, e para sempre, com um compromisso de vida assumido um com o outro para sempre.

“Os noivos são convidados a viver a castidade na continência. Nessa provação eles verão uma descoberta do respeito mútuo, uma aprendizagem da fidelidade e da esperança de se receberem ambos da parte de Deus. Reservarão para o tempo do casamento as manifestações de ternura específicas do amor conjugal. Ajudar-se-ão mutuamente a crescer na castidade” (CIC §2350).

(Artigo extraído do livro “A MORAL CATÓLICA”)

O que é Sexualidade?

Deus, ao criar o homem, o fez na sua totalidade, individualidade e definido sexualmente. Sendo dom de Deus, a sexualidade não pode ser vista como algo separado do homem, mas algo essencial para a salvação. Por isso, preciso assumir minha sexualidade como identidade de mim mesmo. Se Deus me fez homem, não posso ser outra coisa e, se você é mulher não poder ser outra coisa a não ser mulher. O dom de Deus não pode ser estragado pelo homem, e sim, assumido.

Você é imagem e semelhança de Deus. Deus caprichou ao fazê-lo! Não podemos deixar o mundo estragar a nossa identidade e sexualidade, dizendo que para sermos felizes precisaremos assumir outra identidade, e achar isso normal. Você só será inteiramente feliz sendo o que é desde o nascimento, homem ou mulher; fora disso não é dom de Deus.

“O ser humano é chamado ao amor e ao dom de si, na sua unidade corpórea-espiritual. Feminilidade e masculinidade são dons complementares, pelo que a sexualidade humana é parte integrante da capacidade concreta de amor que Deus inscreveu no homem e na mulher. «A sexualidade é uma componente fundamental da personalidade, um modo de ser, de se manifestar, de comunicar com os outros, de sentir, de expressar e de viver o amor humano». Esta capacidade de amor como dom de si tem, por isso, uma sua «encarnação» no caráter esponsal do corpo, no qual se inscreve a masculinidade e a feminilidade da pessoa. «O corpo humano, com o seu sexo, e a sua masculinidade e feminilidade, visto no próprio mistério da criação, não é somente fonte de fecundidade e de procriação, como em toda a ordem natural, mas encerra desde “o princípio” o atributo “esponsal”, isto é, a capacidade de exprimir o amor precisamente pelo qual o homem-pessoa se torna dom e — mediante este dom — atuar o próprio sentido do seu ser e existir». Qualquer forma de amor será sempre marcada por esta caracterização masculina e feminina” (Conselho Pontifício para a Família, Sexualidade Humana, n.10)


Hoje, os homens estão perdendo a sua individualidade e assumindo uma identidade falsa, contrária àquela que Deus fez, por causa da mídia, que está ditando as regras e falando o que nós devemos ser para sermos felizes, o que as novelas e tudo mais têm falado contra o plano de Deus para nossas vidas, para que nos esqueçamos de que somos imagem e semelhança d'Ele.


Você é lindo (a), não seja aquilo que o mundo tem dito para ser, mas assuma a sua sexualidade e genitalidade como Deus fez! O mundo tem falado para você não se reprimir e assumir uma sexualidade que vai contra a natureza, contra o plano de Deus para sua vida.


Sei que, em muitos casos, pessoas foram feridas em sua sexualidade e genitalidade, por parentes, por abusos, por violências… e isso de um certo modo tem levado muitos a assumirem uma identidade sexual que não é a sua. As pessoas, muitas vezes, não têm culpa, pois foram feridas desde crianças e carregam seus traumas para durante toda a vida e não buscam ajuda ou cura de suas marcas e feridas.


O remédio é assumir que está ferido e buscar ajuda.


Certa vez um jovem veio conversar comigo, aparentemente ele estava muito bem, mas quando falou da sua sexualidade, expôs que foi abusado sexualmente por um primo seu quando ainda era criança. E esta situação o fazia sentir atração sexual por outros rapazes, mas não o levando ao ato sexual. Em oração, fui pedindo a Deus que o curasse de todo trauma na sua sexualidade. Fizemos dias de oração de cura interior e Deus o curou e libertou, porque ele assumiu sua fraqueza e buscou ajuda.


“A sexualidade humana é, portanto, um bem: parte daquele dom criado que Deus viu ser «muito bom» quando criou a pessoa humana à sua imagem e semelhança e «homem e mulher os criou» (Gen 1,27). Enquanto modalidade de se relacionar e se abrir aos outros, a sexualidade tem como fim intrínseco o amor, mais precisamente o amor como doação e acolhimento, como dar e receber. «A sexualidade deve ser orientada, elevada e integrada pelo amor, que é o único a torná-la verdadeiramente humana»” (Conselho Pontifício para a Família, Sexualidade Humana, n.11).


O que falta para você buscar ajuda e assumir que foi ferido (a) na sua sexualidade? Deus quer curá-lo (a) e libertá-lo (a) para que você seja inteiramente d'Ele e viver a liberdade na sua sexualidade.



Artigo extraído do blog de Padre Reinaldo

terça-feira, 14 de outubro de 2008

A Oração na Vida Cristã

A oração, segundo São João Damasceno, é a elevação da alma a Deus ou o pedido a Deus dos bens convenientes. Deus chama incansavelmente toda pessoa ao encontro misterioso com Ele. A oração acompanha toda a história da salvação como um apelo recíproco entre Deus e o homem; assim vemos com Abraão, Jacó, Moisés, Davi, os profetas... A obra-prima da oração no Antigo Testamento são os Salmos: rezados e realizados em Cristo, são um elemento essencial e permanente da oração de sua Igreja, adequados aos homens de qualquer condição e tempo.

NA PLENITUDE DO TEMPO...
No Novo Testamento, o modelo perfeito da oração consiste na oração filial de Jesus: implica uma adesão amorosa à vontade do Pai até a Cruz e uma confiança absoluta de ser ouvida. Jesus ensina seus discípulos a orar com o coração purificado, com fé viva e perseverante, com audácia filial, apresentando seus pedidos a Deus em seu Nome.

NO TEMPO DA IGREJA
O Espírito Santo, que ensina a Igreja e lhe recorda tudo o que Jesus disse, a educa também para a vida de oração. Oramos a todo momento, por todos os motivos: "Por tudo dai graças" (1Ts 5,18). Oramos para bendizer, para suplicar, para interceder, para louvar e em ação de graças.

A TRADIÇÃO DA ORAÇÃO
São fontes da oração a Palavra de Deus, a liturgia, as virtudes da fé, a esperança e a caridade. É o Espírito Santo que ensina os filhos de Deus a orar. Em geral, dirigimos a oração ao Pai ou a Jesus, sobretudo invocando seu Santo Nome; também invocamos o Espírito Santo como Mestre interior da oração, pois "ninguém pode dizer que Jesus é o Senhor a não ser no Espírito Santo" (1Cor 12,3). A Igreja também reza em comunhão com a Virgem Maria, em virtude de sua cooperação singular com a ação do Espírito Santo. Na oração a Igreja peregrina associa-se aos santos, cuja intercessão solicita. Os lugares mais favoráveis para a oração são o oratório pessoal ou da família, os mosteiros, os santuários e, sobretudo, a igreja, que é o lugar próprio da oração litúrgica para a comunidade paroquial e o lugar privilegiado da adoração eucarística.

AS EXPRESSÕES DA ORAÇÃO
A Igreja convida os fiéis a uma oração regular: orações diárias, liturgia das horas, Eucaristia dominical, festas do ano litúrgico... Pela oração vocal, associamos o corpo à oração interior do coração, assim como Jesus fez ao ensinar o "Pai-Nosso" a seus discípulos; pela meditação, o orante põe em ação o pensamento, a emoção, o desejo, para se apropriar do assunto meditado confrontando-o com a realidade de sua vida; pela oração mental, participamos do Mistério de Cristo, unindo-nos à sua oração, como expressão simples e silenciosa do mistério da oração.

O COMBATE DA ORAÇÃO
A oração supõe um esforço e uma luta contra nós mesmos e contra as armadilhas do Tentador, sendo inseparável do combate espiritual. Várias tentações se lançam contra os momentos de oração: a distração, a aridez, a experiência dos nossos fracassos, as concepções errôneas, a falta de fé, a acídia (semelhante ao desânimo), as diversas correntes da mentalidade... Mas o remédio está na fé, na conversão e na vigilância do coração. Devemos rezar sempre que possível, por ser uma necessidade vital. "Orai sem cessar" (1Ts 5,17): oração e vida cristã são inseparáveis!

A ORAÇÃO DO PAI-NOSSO

É o resumo de todo o Evangelho, a mais perfeita das orações. É, assim, a oração da Igreja por excelência, sendo parte integrante das grandes horas do Ofício Divino e dos sacramentos de iniciação cristã: batismo, confirmação e eucaristia.

"PAI NOSSO QUE ESTAIS NO CÉU"
Podemos invocar a Deus como Pai porque assim nos revelou seu Filho e já que, pelo batismo, passamos a ser filhos de Deus. A expressão "que estais nos céus" não designa um lugar, mas a majestade de Deus e sua presença no coração dos justos. O céu, a Casa do Pai, constitui a verdadeira pátria para onde nos dirigimos e à qual já pertencemos. Seguem-se os sete pedidos: três que glorificam o Pai e quatro que Lhe apresentam nossos pedidos:

"SANTIFICADO SEJA O VOSSO NOME"
Com este pedido, entramos no plano de Deus, a santificação de seu Nome (revelado a Moisés, depois em Jesus), por nós e em nós, bem como em toda nação e em cada ser humano.

"VENHA A NÓS O VOSSO REINO"
Com este pedido, a Igreja tem em vista, principalmente, a volta de Cristo e a vinda final do Reino de Deus, rezando também pelo crescimento do Reino de Deus no "hoje" de nossas vidas.

"SEJA FEITA A VOSSA VONTADE, ASSIM DA TERRA COMO NO CÉU"Com este pedido, rezamos ao nosso Pai para que una nossa vontade à do seu Filho, a fim de realizar seu plano de salvação na vida do mundo.

"O PÃO NOSSO DE CADA DIA NOS DAI HOJE"
Ao dizermos "nos dai", exprimimos, em comunhão com nossos irmãos, nossa confiança filial em nosso Pai do céu. O "pão nosso" designa o alimento terrestre necessário à subsistência de todos nós e também o Pão da Vida: a Palavra de Deus e o Corpo de Cristo. É recebido no "hoje" de Deus, como alimento indispensável, superessencial do Banquete do Reino que a Eucaristia antecipa.

"PERDOAI AS NOSSAS OFENSAS, ASSIM COMO PERDOAMOS A QUEM NOS TEM OFENDIDO"
Este pedido implora a misericórdia de Deus para nossas ofensas, misericórdia que só pode penetrar em nosso coração se soubermos perdoar os nossos inimigos, a exemplo e com a ajuda de Cristo.

"E NÃO NOS DEIXEIS CAIR EM TENTAÇÃO"
Aqui, pedimos a Deus que não nos permita trilhar o caminho que conduz ao pecado. Este pedido implora o Espírito de discernimento e de fortaleza, e solicita a graça da vigilância e a perseverança final.

"MAS LIVRAI-NOS DO MAL"

Neste último pedido, solicitamos a Deus, junto com a Igreja, que manifeste a vitória já alcançada por Cristo sobre o "Príncipe deste Mundo", Satanás, o anjo que pessoalmente se opõe a Deus e ao seu plano de salvação.

"AMÉM"
Pelo amém, exprimimos nosso "faça-se" em relação aos sete pedidos anteriores: "que assim seja!"

Mandamentos: Não pecar contra a castidade

Não Pecar Contra a Castidade
Talvez seja este o mandamento mais desobedecido em nossos dias. Mais do que nos demais, nesse campo a Lei de Deus é vista como mera repressão sexual, a ser abolida com a máxima urgência. Chega de ´tabus´ religiosos, dizem! Mas, para os que querem ser fiéis a Jesus Cristo, e querem ser de fato felizes, o mandamento continuará sempre de pé, pois é eterno.
O triste espetáculo dos motéis, dos telefones eróticos, das novelas sensuais, dos filmes pornôs, da ´camisinha´, etc, atestam a decadência de uma civilização que, ousadamente, suprimiu a Lei sagrada de Deus. Calca aos pés o sagrado e afronta loucamente o Criador.
Já no Antigo Testamento o Senhor dizia a seu povo:
´Não cometerás adultério´ (Deut 5,18).
E Jesus leva o preceito à perfeição:
´Eu, porém, vos digo: todo aquele que olhar para uma mulher com desejo libidinoso já cometeu adultério com ela em seu coração´(Mt 5,27´28).
O Mestre é radical neste ponto. Mas, ao mesmo tempo que é intransigente com o pecado, ama o pecador. À mulher adúltera, a ser apedrejada, Ele diz: ´vai e não peques mais´.
O nosso mundo moderno quer, à todo custo, ´adaptar´ o Evangelho aos seus prazeres. Ao que São Paulo responde:
´Não vos conformeis com este mundo, mas reformai´vos pela renovação do vosso espírito´ (Rom 12,1).
Não é verdade que aqueles que profanam o próprio corpo, indefinidamente, acabam numa morte triste?
É interessante como São Paulo insiste nesse ponto.
Também sobre o homossexualismo, hoje tão defendido por muitos, a condenação da Bíblia e da Igreja é expressa.
´Não te deitarás com um homem como se fosse uma mulher: isto é uma abominação´ (Lev 18,22).
´Se um homem dormir com outro homem, como se fosse mulher, ambos cometeram uma coisa abominável. Serão punidos de morte e levarão a sua culpa´ (Lev 20,13).
São palavras claras, pelas quais Deus classifica a prática do homossexualismo como uma abominação.
Na carta aos romanos, São Paulo mostra a gravidade desse comportamento desordenado:
´Conhecendo Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças... Por isso, Deus os entregou aos desejos dos seus corações e à imundície, de modo que desonraram entre si os próprios corpos... as suas mulheres mudaram o uso natural em outro que é contra a natureza. Do mesmo modo também os homens, deixando o uso natural da mulher, arderam de desejos uns para com os outros, cometendo homens com homens a torpeza, e recebendo em seus corpos a paga devida a seu desvario´ (Rom 1,21´17).
Deus ama o pecador, mas abomina o pecado.
Quando, em 1994, no Ano da Família, o Parlamento Europeu, tristemente, reconheceu a validade jurídica dos matrimônios entre homossexuais, até admitindo a adoção de crianças por eles, o Papa João Paulo II, tomou posição imediata:
´Não é moralmente admissível a aprovação jurídica da prática homossexual. Ser compreensivos para com quem peca, e para com quem não é capaz de libertar´se desta tendência, não significa abdicar das exigências da norma moral... Não há dúvida de que estamos diante de uma grande e terrível tentação´ (20/02/94).
O Catecismo da Igreja também é claro nos pontos que ofendem a castidade:
´Apoiando´se na Sagrada Escritura, que os apresenta como depravações graves (Gn 19,1´20; 1 Tm 1,10), a tradição sempre declarou que ´os atos de homossexualidade´ são intrinsecamente desordenados. São contrários à lei natural´ (nº 2357).
Também com referência à masturbação, defendida por muitos como ´algo normal´, ensina a Igreja:
´Na linha de uma tradição constante, tanto o magistério da Igreja como o senso moral dos fiéis afirmam sem hesitação que a masturbação é um ato intrínseco e gravemente desordenado´ (nº 2352).
Enfim, diz o Catecismo:
´Qualquer que seja o motivo, o uso deliberado da faculdade sexual fora das relações conjugais normais contradiz sua finalidade´ (idem).
Sabemos que não é fácil a luta contra as misérias da carne, e é preciso ter caridade, respeito e compaixão pelos que sofrem desses males. É preciso lembrar´lhes que só Cristo pode dar força e libertação. Lembra´nos o Apóstolo que:
´Tudo posso naquele que me dá forças´ (Fil 4,13).
Importa não desanimar na luta em busca da pureza. Sempre lutar, com a graça de Deus, até que o espírito submeta a matéria. São Pedro nos diz:
´Depois que tiverdes padecido um pouco, [Deus] vos aperfeiçoará, vos tornará inabaláveis, vos fortificará´ (1Pe 5,10).
Muitas vezes pode nos parecer que a luta contra as paixões da carne sejam sem fim, ou que a vitória seja impossível. De fato, com a nossa fraqueza jamais podemos vencê´las, mas, como disse Santo Agostinho, que experimentou tão bem este combate: ´o que é impossível à natureza, é possível à graça´.
Somente com os auxílios da graça de Deus é que podemos vencer as misérias da nossa carne. Daí a importância de uma continua vigilância sobre nós mesmos, ao mesmo tempo em que vivemos uma profunda e perseverante vida de oração e de participação nos Sacramentos da Reconciliação (Confissão) e Eucaristia. Nestes Sacramentos, Jesus nos lava com o seu próprio sangue redentor, nos alimenta e cura a alma, a fim de que sejamos fortes contra as tentações . Nossa Mãe Maria é a Rainha da pureza e está sempre pronta a nos auxiliar nesta luta árdua. Precisamos recorrer a ela e nos colocarmos continuamente debaixo de sua proteção materna.
A luta contra as impurezas é da maior importância, não só para cada um de nós, mas principalmente porque cada batizado é ´membro de Cristo´ (1Cor12,27).
É preciso estarmos cientes de que, quando nos sujamos, sujamos também o Corpo de Cristo; aí está toda a gravidade da luxúria. Cada um de nós é parte do Corpo de Cristo, que é a Igreja; logo, o nosso pecado afeta toda a Igreja. Eis porque nos confessamos com um ministro seu, também, para nos reconciliarmos com ela.

Inseminação Artificial é pecado?

Os escândalos da inseminação artificial

Não é sem razão que a Igreja é totalmente contra a prática da inseminação artificial; não só por questão moral e teológica, mas também pelas conseqüências nefastas que temos visto. A Igreja Católica, infelizmente, quase que sozinha, levanta a sua voz, em nome de Cristo, para dizer que a inseminação artificial é um grave erro e que esta forma de conceber não é ética, nem natural e não está de acordo com o plano de Deus. «As técnicas que provocam uma dissociação da paternidade… são gravemente desonestas», porque elas “lesam o direito da criança de nascer de um pai e de uma mãe conhecidos por ele e ligados entre si pelo matrimônio». (Catecismo §2376). Hoje é grande o número de jovens nos EUA e Europa que não conhecem o seu pai porque foram gerados por um esperma doado anonimamente a uma clinica de fertilização. Esses jovens não conhecem a metade de sua história; e hoje muitos deles estão correndo atrás desta origem. São enormes as conseqüências psicológicas para esses jovens.

A imprensa tem noticiado continuamente casos escandalosos por causa da fecundação artificial: comercialização do ventre feminino, mãe e irmã ao mesmo tempo, incesto sem contato sexual, rixas entre pessoas interessadas, avós e tias se tornam genitoras respectivamente de seus netos e sobrinhos; há genitores estranhos ou alheios aos seus próprios filhos, crianças órfãs antes mesmo de nascer; diz-se que até mesmo existem filhos de genitores do mesmo sexo... Uma senhora sueca, de 60 anos de idade, foi à Itália, onde lhe fizeram a implantação de dois gêmeos por inseminação artificial; mas perdeu-os por aborto espontâneo, com graves conseqüências físicas e psíquicas para a ela, o que revoltou alguns médicos na Suécia.

Essa revolução vai destruindo cada vez mais o conceito de família. E o que será da sociedade sem a família?
O Conselho europeu aprovou em 1995 trinta e dois artigos que visam a resguardar os direitos da vida e do ser humano, acentuando o princípio: “Primeiramente o homem, depois a ciência”. O jornal O GLOBO de 12/01/03, Caderno da Família, p. 2., publicou uma série de fatos escandalosos da proveta:

1- Embriões órfãos: Uma clínica na Austrália mantém dois embriões congelados de um casal de milionários morto num acidente de carro em 1983. Ao saber da fortuna em jogo, numerosas mulheres ofereceram-se para gerar os bebês. Mas a justiça da Austrália decidiu manter os embriões congelados. O dinheiro pesa mais do que as crianças.

2 – Bebês que ninguém quer – Em 200, faltavam apenas três meses para a mãe de aluguel inglesa Helen Beasley ter um casal de gêmeos e ela ainda procurava alguém para adotá-los. Beasley alugou o útero por US$ 20 mil a um casal americano submetido à fertilização “in vitro”. Mas o casal queria apenas um filho e desistiu dos bebês. Ela se negou a fazer aborto porque a gravidez estava adiantada. Será que o ventre humano é uma incubadora de aluguel? E as crianças são mercadorias que se pode encomendar, e se devolver se não agradar?

3 – Brigas por embriões - Um casal disputa a guarda de sete embriões na Justiça dos EUA. Submetido à fertilização “in vitro” em 95, o casal, hoje separado, teve implantados quatro dos 11 embriões obtidos. Os dois tiveram um filho e agora o ex-marido quer que os embriões sejam implantados em sua nova mulher. Quem é quem? Quem é o pai? Quem é a mãe?

4 – Tia e mãe ao mesmo tempo: A menina Elizabetta nasceu em Roma, em 1995, dois anos depois de sua mãe biológica morrer. A menina foi gerada pela irmã de seu pai biológico, que serviu de mãe de aluguel, recebendo um embrião congelado da cunhada e do irmão. Elizabetta vive com a sua tia, e também mãe.

5 – Dois pais e só uma mãe - O casal homossexual inglês Barrie Drewitt e Tony Barlow alugou o útero de uma mulher para receber dois embriões, concebidos com os espermatozóides deles e o óvulos vendidos por uma americana. Os bebês, cada um de um pai, mas com a mesma mãe, nasceram em janeiro.

6 – Mãe virgem - Em 1987, a pastora americana Lesley Northrup foi mãe-virgem. Ela teve um óvulo fertilizado com um espermatozóide de um doador desconhecido. O embrião foi implantado em Northrup, virgem e solteira, sem a necessidade do ato sexual.

7 – Incesto sem sexo - Uma francesa deu à luz há dois meses um filho de seu irmão nos EUA. Jeanine Salomone, de 62 anos, pagou quase US$ 100 mil para ter uma menina. O espermatozóide foi doado pelo seu irmão. A clínica confessou que não pediu a certidão de casamento dos dois. Pai e tio ao mesmo tempo.

8 – Gerado com esperma do marido morto - Em 1999, a viúva americana Gaby Vernoff deu à luz nos EUS a um filho gerado a partir de seu óvulo e do espermatozóide congelado de seu marido, morto em 1995. Foi o primeiro caso do tipo no mundo. Foi uma fecundação despersonalizada. Não deve haver a geração de uma criança sem a participação dos pais, e sem o seu ato de amor conjugal, que é “o ato fundante da vida”.

9 – Só serve se for surdo - As americanas Sharon Duchesneau e Candace McCullough usaram a inseminação artificial para ter dois filhos surdos como elas. Para gerar Jehanne, de 5 anos, e Gauvin de 5 meses, o casal lésbico contou com a ajuda de um amigo da família, também surdo, depois que vários bancos de esperma se recusaram a colaborar com seus planos.

Na região de Nápoles, na Itália, têm acontecido casos dolorosos por causa da fecundação artificial. Eis dois dos mais notórios:

1 - O caso de G.L.: fecundação artificial homóloga - G.L., conheceu em viagem um brilhante médico, do qual se enamorou e com o qual se casou. Com o passar do tempo, tentaram ter filhos, sem o conseguir, o marido era estéril. O casal optou pela inseminação artificial heteróloga (um doador anônimo). Nasceu então um bebê. Houve depois outra inseminação heteróloga, mas, quando a mãe estava no oitavo mês de gestação, o marido resolveu separar-se da esposa; e recusava-se a reconhecer o filho que a esposa trazia em seu seio; além disto, o sogro da gestante declarava não reconhecer o neto mais velho. O Código Civil da Itália reconhecia a ambos o direito de assim proceder.
A Dra. Elena Coccia, advogada de G.L., confessou que o juiz não podia senão aplicar a legislação vigente, isentando o marido e o sogro de G. G. de qualquer responsabilidade no tocante aos dois filhos de G.L.

2 - Giada, a menina que nasceu por engano - Giada é uma menina que sofre de anemia e talassemia ou anemia mediterrânea. É também ela filha da proveta,... mas de proveta equivocada. Sim; o Dr. Raffaele Magli, trocou a proveta do líquido seminal do pai de Giada, chamado Roberto Minucci (comerciante napolitano de 33 anos de idade) pela proveta de um homem doente de talassemia; desse erro decorre a existência doentia de Giada, que está sujeita a periódicas transfusões de sangue e à expectativa de um transplante (transplante que depende de doador adequado e disponível). O Dr. Raffaele Magli já foi duas vezes interpelado pela Justiça como réu de graves danos causados a Giada e a sua família. O ginecologista, porém, se defende acusando de adultério a Sra. Maria Cristina Lervolino: diz ele que Giada não é filha de proveta equivocada, mas sim de um “encontro” equivocado. Ofendida, Cristina responde que, na falta de defesa propriamente dita, o réu passa para a acusação.

Um outro caso doloroso aconteceu na Inglaterra - Esta matéria foi publicada no Jornal "Folha de São Paulo", dia 09/07/2002, como título: Brancos têm gêmeas negras por erro médico.

“Um casal de brancos que recorrera à inseminação in vitro teve duas gêmeas negras por conta de confusão ocorrida numa clinica estatal britânica, de acordo com reportagem publicada no tablóide "The Sun". Nos próximos meses esse casal estará no centro de uma batalha judicial para definir quem são os verdadeiros pais dos bebês. A confusão envolve ainda um casal de negros que também tentava ter um filho por meio da fertilização in vitro, segundo o tablóide.
A disputa judicial deverá ser uma das mais controversas dos últimos tempos. Segundo especialistas ouvidos pelo diário britânico "The Independente", a mãe branca que deu à luz as gêmeas deveria ser considerada a verdadeira mãe dos bebês. Contudo, se ficar estabelecido legalmente que o pai biológico das meninas é um homem negro que, ao lado de sua parceira negra, também fazia parte de um programa de fertilização “in vitro”, então o caso será mais dificil de ser resolvido, pois não há precedente legal no Reino Unido para amparar a decisão do juiz.

As novas práticas genéticas alteram conceitos e realidades básicas da sociedade contemporânea, especialmente a noção e a realidade da família. A família querida por Deus é a comunidade que resulta da união de um homem e uma mulher cujo amor recíproco se prolonga nos filhos. Os pais são os principais educadores de seus filhos.

O primeiro golpe contra a família ocorre quando o marido ou a mulher têm relações extra-conjugais, de onde nascem filhos ilegítimos; mas a legislação brasileira equipara entre si filhos esses filhos. O segundo golpe contra a família é o da fecundação artificial, pois entra em cena alguém desconhecido pela família. A figura do pai genético cede à figura do pai funcional; o mesmo acontece com a mãe. O terceiro golpe que a família sofre é o das legalizadas uniões homossexuais e lésbicas, que querem ter o direito de adotar e educar uma criança. Nasce assim a família “alternativa”. Este artigo tem muito a ver com os artigos de D. Estevão Bettencourt, publicados em PR, Nº 490 – Ano 2003 – Pág. 179 e Nº 404 – Ano 1996 – Pág. 45, usados com a devida autorização.

Prof. Felipe Aquino

Dúvidas - Mandamento: Não Matarás

É pecado matar alguém em legítima defesa?
Algumas pessoas me perguntam se matar alguém para se defender, ou para defender a vida de pessoas inocentes, se é pecado. A Igreja ensina que, não havendo outra saída, pode-se matar o agressor injusto para defender a própria vida e a de outras pessoas inocentes, especialmente isso é válido para os que trabalham nas diversas polícias. Evidentemente que todo esforço deve ser feito no sentido de não matar, mas, se não houver outra saída, paciência...
A Igreja ensina que: “Se os meios não sangrentos bastarem para defender as vidas humanas contra o agressor e para proteger a ordem pública e a segurança das pessoas, a autoridade se limitará a esses meios, porque correspondem melhor às condições concretas do bem comum e estão mais conformes à dignidade da pessoa humana” (João Paulo II, enc. EV, 56 (1995); Cat. §2267).
O Catecismo da Igreja ensina no §2263 que: “A legítima defesa das pessoas e das sociedades não é uma exceção à proibição de matar o inocente, que caracteriza o homicídio voluntário: “A ação de defender-se pode acarretar um duplo efeito: um é a conservação da própria vida, o outro é a morte do agressor... (S. Tomás de Aquino, S. Th. II-II, 64,7). Só se quer o primeiro; o outro não” (idem). Neste caso não se deseja matar o agressor, mas defender a própria vida e a de inocentes. Não há a intenção maldosa de matar.
A Igreja também ensina que: “O amor a si mesmo permanece um princípio fundamental da moralidade. Portanto, é legitimo fazer respeitar o próprio direito à vida. Quem defende sua vida não é culpável de homicídio, mesmo se for obrigado a matar o agressor” (§2264). O que não se pode é usar de violência mais do que necessário. “E não é necessário para a salvação omitir este ato de comedida proteção, para evitar matar o outro; porque, antes da de outrem, se está obrigado a cuidar da própria vida” (idem).
O Catecismo chega a dizer que: “A legítima defesa pode ser não somente um direito, mas um dever grave, para aquele que é responsável pela vida de outros, pelo bem comum da família ou da sociedade. Preservar o bem comum da sociedade exige que o agressor se prive das possibilidades de prejudicar a outrem... Por razões análogas os detentores de autoridade têm o direito de repelir pelas armas os agressores da comunidade civil pela qual são responsáveis” (§2265). Isto deixa claro pela Igreja que os profissionais que trabalham com a segurança das pessoas devem defende-las mesmo usando da violência se for preciso para salvaguardar a vida dos inocentes. Portanto, há que se fazer de tudo para não matar, mesmo ao agressor injusto, mas, se não houver outra saída para se defender a própria vida e a de pessoas inocentes, a vida a ser sacrificada deve ser a do agressor. Isto é o que a moral católica ensina como “mal menor”. Ele só pode ser alegado quando não se tem outra alternativa para se fazer o bem.
Prof. Felipe Aquino

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Credo Niceno-Constantinopolitano


Creio em um só Deus,
Pai todo-poderoso,
Criador do céu e da terra,
de todas as coisas visíveis e invisíveis.

Creio em um só Senhor, Jesus Cristo,
Filho Unigênito de Deus,
nascido do Pai
antes de todos os séculos:
Deus de Deus,
luz da luz,
Deus verdadeiro de Deus verdadeiro,
gerado não criado,
consubstancial ao Pai.

Por Ele todas as coisas foram feitas.
E, por nós, homens,
e para a nossa salvação,
desceu dos céus:
e encarnou pelo Espírito Santo,
no seio da Virgem Maria,
e se fez homem.

Também por nós foi crucificado
sob Pôncio Pilatos;
padeceu e foi sepultado.

Ressuscitou ao terceiro dia,
conforme as escrituras,
e subiu aos céus,
onde está sentado à direita do Pai.

E de novo há de vir, em sua glória,
para julgar os vivos e os mortos;
e o seu reino não terá fim.

Creio no Espírito Santo,
Senhor que dá a vida,
e procede do Pai;
e com o Pai e o Filho
é adorado e glorificado:
Ele que falou pelos profetas.

Creio na Igreja
una , santa, católica e apostólica.

Professo um só batismo
para remissão dos pecados.

Espero a ressurreição dos mortos
e a vida do mundo que há de vir. Amém.


sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Matrimônio - Perguntas e Respostas


O SACRAMENTO DO MATRIMÔNIO

1. Qual é o desígnio de Deus acerca do homem e da mulher?
Deus, que é amor e criou o homem por amor, chamou-o a amar. Criando o homem e a mulher, chamou-os, no Matrimônio, a uma íntima comunhão de vida e de amor entre eles, «de modo que já não são dois, mas uma só carne» (Mt 19,6). Abençoando-os, Deus disse-lhes: «sede fecundos e multiplicai-vos» (Gn 1,28).

2. Para que fins instituiu Deus o Matrimônio?
A união matrimonial do homem e da mulher, fundada e dotada de leis próprias pelo Criador, está por sua natureza ordenada à comunhão e ao bem dos cônjuges e à geração e bem dos filhos. Segundo o desígnio originário de Deus, a união matrimonial é indissolúvel, como afirma Jesus Cristo: «O que Deus uniu não o separe o homem» (Mc 10,9).

3. Como é que o pecado ameaça o Matrimônio?
1606-1608
Por causa do primeiro pecado, que provocou também a ruptura da comunhão do homem e da mulher, dada pelo Criador, a união matrimonial é muitas vezes ameaçada pela discórdia e pela infidelidade. Todavia Deus, na sua infinita misericórdia, dá ao homem e à mulher a sua graça para que possam realizar a união das suas vidas segundo o desígnio originário de Deus.

4. O que é que o Antigo Testamento ensina sobre o Matrimônio?
Deus, sobretudo através da pedagogia da Lei e dos profetas, ajuda o seu povo a amadurecer progressivamente a consciência da unicidade e da indissolubilidade do Matrimônio. A aliança nupcial de Deus com Israel prepara e prefigura a Aliança nova realizada pelo Filho de Deus com a sua esposa, a Igreja.

5. Qual a novidade dada por Cristo ao Matrimônio?
Jesus Cristo não só restabelece a ordem inicial querida por Deus, mas dá a graça para viver o Matrimônio na nova dignidade de sacramento, que é o sinal do seu amor esponsal pela Igreja: «Vós maridos amai as vossas mulheres, como Cristo amou a Igreja» (Ef 5,25).

6. O Matrimônio é uma obrigação para todos?
O Matrimônio não é uma obrigação para todos. Deus chama alguns homens e mulheres a seguir o Senhor Jesus na vida da virgindade ou do celibato pelo Reino dos céus, renunciando ao grande bem do Matrimônio para se preocuparem com as coisas do Senhor e para procurar agradar-Lhe, tornando-se assim sinal do absoluto primado do amor de Cristo e da ardente esperança da sua vinda gloriosa.

343. Como se celebra o sacramento do Matrimônio?
Uma vez que o Matrimônio coloca os cônjuges num estado público de vida na Igreja, a sua celebração litúrgica é pública, na presença do sacerdote (ou da testemunha qualificada da Igreja) e das outras testemunhas.

7. O que é o consentimento matrimonial?
O consentimento matrimonial é a vontade, expressa por um homem e por uma mulher, de se entregarem mutua e definitivamente, com o fim de viver uma aliança de amor fiel e fecundo. Dado que o consentimento faz o Matrimônio, ele é indispensável e insubstituível. Para que o Matrimônio seja válido, o consentimento deve ter como objecto o verdadeiro Matrimônio e ser um acto humano, consciente e livre, não determinado pela violência ou por constrições.

8. Que se requer quando um dos esposos não é católico?
Para serem lícitos, os matrimônios mistos (entre católico e baptizado não católico) requerem a permissão da autoridade eclesiástica. Aqueles com disparidade de culto (entre católico e não baptizado) para serem válidos precisam duma dispensa. Em todo o caso, é essencial que os cônjuges não excluam a aceitação dos fins e das propriedades essenciais do Matrimônio e que o cônjuge católico confirme o empenho, conhecido também do outro cônjuge, de conservar a fé e de assegurar o Baptismo e a educação católica dos filhos.

9. Quais são os efeitos do sacramento do Matrimônio?
O sacramento do Matrimônio gera entre os cônjuges um vínculo perpétuo e exclusivo. O próprio Deus sela o consentimento dos esposos. Portanto o Matrimônio concluído e consumado entre baptizados não pode ser nunca dissolvido. Este sacramento confere também aos esposos a graça necessária para alcançar a santidade na vida conjugal e para o acolhimento responsável dos filhos e a sua educação.

10. Quais são os pecados gravemente contrários ao sacramento do Matrimônio?
São: o adultério; a poligamia, porque em contradição com a igual dignidade do homem e da mulher e com a unicidade e exclusividade do amor conjugal; a rejeição da fecundidade, que priva a vida conjugal do dom dos filhos; e o divórcio, que se opõe à indissolubilidade.

11. Quando é que a Igreja admite a separação física dos esposos?
A Igreja admite a separação física dos esposos quando, por motivos graves, a sua coabitação se tornou praticamente impossível, embora se deseje uma sua reconciliação. Mas eles, enquanto vive o cônjuge, não estão livres para contrair uma nova união, a menos que o Matrimônio seja nulo e como tal seja declarado pela autoridade eclesiástica.

12. Qual é a atitude da Igreja para com os divorciados recasados?
Fiel ao Senhor, a Igreja não pode reconhecer como Matrimônio a união dos divorciados recasados civilmente. «Quem repudia a própria mulher e casa com outra comete adultério contra ela; se a mulher repudia o marido e casa com outro, comete adultério» (Mc 10, 11-12). Para com eles, a Igreja desenvolve uma atenta solicitude, convidando-os a uma vida de fé, à oração, às obras de caridade e à educação cristã dos filhos. Mas eles não podem receber a absolvição sacramental nem abeirar-se da comunhão eucarística, nem exercer certas responsabilidades eclesiais enquanto perdurar esta situação, que objectivamente contrasta com a lei de Deus.

13. Porque é que a família cristã é chamada Igreja doméstica?
Porque a família manifesta e realiza a natureza de comunhão e familiar da Igreja como família de Deus. Cada membro, a seu modo, exerce o sacerdócio baptismal, contribuindo para fazer da família uma comunidade de graça e de oração, escola das virtudes humanas e cristãs, lugar do primeiro anúncio da fé aos filhos.

Sacramentos de Serviço - Matrimônio


O Matrimônio é o amor. Ninguém consegue viver sem a presença e a amizade de outras pessoas. Ninguém está sozinho. No casamento, essa amizade é repartida entre o marido e a mulher: é repartida entre o casal e os filhos, e com a comunidade onde vivem. O mais difícil do amor é permanecer firme nele. Só Deus mesmo é capaz de ser, sem defeito, fiel e amoroso. Quando o casal é fiel no amor, é um grande sinal de Deus. Deus está presente no amor do casal. Quem acredita nisso pode casar na Igreja.


"A aliança matrimonial, pela qual o homem e a mulher constituem entre si uma comunhão da vida toda, é ordenada por sua índole natural ao bem dos cônjuges e à geração e educação da prole, e foi elevada, entre os batizados, à dignidade de sacramento por Cristo Senhor."

Deus nos fez para a felicidade, não nascemos para viver sozinho, mas sim com uma companhia. O Pai quando criou o homem, deu à ele uma companhia: Eva. Deus também acrescentou: "Por isso o homem deixa o seu pai e sua mãe para se unir à sua mulher; e já não são mais que uma só carne" (Gn 2, 24).

Esse ato de se juntar com o sexo oposto para juntos viverem em uma só carne é o próprio Sacramento do Matrimônio. Este é um Sacramento de Serviço (junto com a Ordem), através dele nos unimos ao sexo oposto para juntos construirmos uma família. O Matrimônio é uma doação total ao outro e à Deus, somos chamados a construir uma família cristã, com pensamentos retos e morais.

Hoje, o Maligno vem se apoderando deste Sacramento como se fosse algo qualquer, ele usa do casal como forma de destruir, eliminar, desconcertar o convívio familiar. São muitos os casamentos feitos na Igreja Católica que possui objetivos contrários a conduta cristã, ou seja, muitos são os casais que vão para o altar com desejos carnais e com o seguinte pensamento: "Se não der certo, nos separamos".

Muitos falam como é difícil aceitar o Sacramento da Ordem, ou seja, pensam que ser sacerdote é uma grande dificuldade nos dias de hoje. Só que tanto a Ordem como o Matrimônio são Sacramentos de Serviço, que necessitam da doação total dos que receberam o Sacramento. A missão do sacerdote é direcionar o povo ao caminho de Deus. A missão do casal é direcionar a família ao caminho da Santidade e do Amor Fraterno. Não podemos deixar de lembrar que é através do Sacramento do Matrimônio que nasce as vocações sacerdotais, vindas da educação que os familiares deram ao vocacionado. Podemos chegar então à conclusão que o Sacramento do Matrimônio é uma vocação, devemos estar preparados para direcionar e educar filhos e Filhos de Deus no caminho da Santidade.

A grande prova da falta de preparo de muitos casais nos dias de hoje, são os inúmeros casamentos que não dão certo. O divórcio é força do maligno, foi criado para separar a união que Deus criou entre dois de seus Filhos.

Podemos então chegar a conclusão que o Sacramento do Matrimônio é uma das grandes obras divinas, que foi criado para o Amor Familiar. A Família é o grande investimento que Deus criou, é através dela que se educa cidadãos retos procurando a imitação de Cristo Jesus.


Sacramentos de Serviço - Ordem


OS SACRAMENTOS AO SERVIÇO
DA COMUNHÃO E DA MISSÃO

1. Quais são os sacramentos ao serviço da comunhão e da missão?

Dois sacramentos, a Ordem e o Matrimónio, conferem uma graça especial para uma missão particular na Igreja em ordem à edificação do povo de Deus. Eles contribuem em especial para a comunhão eclesial e para a salvação dos outros.

O SACRAMENTO DA ORDEM SACERDOTAL

2. O que é o sacramento da Ordem?

É o sacramento graças ao qual a missão confiada por Cristo aos seus Apóstolos continua a ser exercida na Igreja, até ao fim dos tempos.

3. Porque se chama sacramento da Ordem?

Ordem indica um corpo eclesial, do qual se passa a fazer parte, mediante uma especial consagração (Ordenação), a qual, por um particular dom do Espírito Santo, permite exercer um poder sagrado em nome e com a autoridade de Cristo para o serviço do povo de Deus.

4. Qual o lugar do sacramento da Ordem no desígnio divino da salvação?

Na Antiga Aliança, este sacramento é prefigurado no serviço dos Levitas, no sacerdócio de Aarão e na instituição dos setenta «Anciãos» (Num 11,25). Estas prefigurações encontraram realização em Cristo Jesus, o qual, com o sacrifício da sua cruz, é o «único (...) mediador entre Deus e os homens» (1 Tim 2,5), o Sumo-sacerdote à maneira de Melquisedec» (Heb 5,10). O único sacerdócio de Cristo é tornado presente pelo sacerdócio ministerial.

«Só Cristo é o verdadeiro sacerdote, os outros são seus ministros» (S. Tomás de Aquino)

5. De quantos graus se compõe o sacramento da Ordem?

Compõe-se de três graus, que são insubstituíveis para a estrutura orgânica da Igreja: o episcopado, o presbiterado e o diaconado.

6. Qual é o efeito da Ordenação episcopal?

A Ordenação episcopal confere a plenitude do sacramento da Ordem, faz do Bispo o legítimo sucessor dos Apóstolos, insere-o no Colégio episcopal, partilhando com o Papa e os outros Bispos a solicitude por todas as Igrejas, e confere-lhe a missão de ensinar, santificar e governar.

7. Qual é a missão do Bispo na Igreja particular que lhe foi confiada?

O Bispo, ao qual é confiada uma Igreja particular, é o princípio visível e o fundamento da unidade dessa Igreja, a favor da qual exerce, como vigário de Cristo, o ministério pastoral, coadjuvado pelos presbíteros e diáconos.

8. Qual é o efeito da Ordenação presbiteral?

A unção do Espírito assinala o presbítero com um carácter espiritual indelével, configura-o a Cristo sacerdote e torna-o capaz de agir em nome de Cristo Cabeça. Sendo cooperador da Ordem episcopal, ele é consagrado para pregar o Evangelho, para celebrar o culto divino, sobretudo a Eucaristia, da qual o seu ministério recebe a força, e para ser o pastor dos fiéis.

9. Como é que o presbítero exerce o seu ministério?

Embora seja ordenado para uma missão universal, ele exerce-a numa Igreja particular, em fraternidade sacramental com os outros presbíteros que formam o «presbitério» e que, em comunhão com o Bispo, e, em dependência dele, têm a responsabilidade da Igreja particular.

10. Qual é o efeito da Ordenação diaconal?

O diácono, configurado a Cristo servo de todos, é ordenado para o serviço da Igreja sob a autoridade do Bispo, em relação ao ministério da Palavra, do culto divino, da condução pastoral e da caridade.

11. Como se celebra o sacramento da Ordem?

Para cada um dos três graus, o sacramento da Ordem é conferido pela imposição das mãos sobre a cabeça do ordinando por parte do Bispo, que pronuncia a solene oração consecratória. Com ela, o Bispo invoca de Deus, para o ordinando, a especial efusão do Espírito Santo e dos seus dons, em ordem ao ministério.

12. Quem pode conferir este sacramento?

Compete aos Bispos validamente ordenados, enquanto sucessores dos Apóstolos, conferir os três graus do sacramento da Ordem.

13. Quem pode receber este sacramento?

Só o baptizado de sexo masculino o pode receber validamente: a Igreja reconhece-se vinculada a esta escolha feita pelo próprio Senhor. Ninguém pode exigir a recepção do sacramento da Ordem, antes deve ser considerado apto para o ministério pela autoridade da Igreja.

14. É requerido o celibato a quem recebe o sacramento da Ordem?

Para o episcopado é sempre requerido o celibato. Na Igreja latina, para o presbiterado, são normalmente escolhidos homens crentes que vivem celibatários e têm vontade de guardar o celibato «pelo reino dos céus» (Mt 19,12). Nas Igrejas Orientais, não é consentido casar depois da Ordenação. O diaconado permanente pode ser conferido a homens já casados.

15. Quais são os efeitos do sacramento da Ordem?

Este sacramento dá uma especial efusão do Espírito Santo, que configura o ordenado a Cristo na sua tríplice função de Sacerdote, Profeta e Rei, segundo os respectivos graus do sacramento. A ordenação confere um carácter espiritual indelével: por isso não pode ser repetida nem conferida por um tempo limitado.

16. Com que autoridade é exercido o sacerdócio ministerial?

Os sacerdotes ordenados, no exercício do ministério sagrado, falam e agem não por autoridade própria, e nem sequer por mandato ou delegação da comunidade, mas na Pessoa de Cristo Cabeça e em nome da Igreja. Portanto o sacerdócio ministerial difere essencialmente, e não apenas em grau, do sacerdócio comum dos fiéis, para o serviço do qual Cristo o instituiu.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Creio na Comunhão dos Santos


No dia 01 de Novembro a Igreja celebra a solenidade de todos os santos, fazendo memória de todos aqueles que já estão no céu e não tem um reconhecimento litúrgico, mesmo porque a Igreja não tem como conhecer todos os santos. Por isso, todos os filhos de Deus que já estão no céu são santos, pessoas que viveram com perfeição e luta o seguimento de Cristo e as Virtudes do evangelho. Pense, que até membros de sua família podem estar na comunhão dos santos rezando por você, minha avó, meu pai e um primo que faleceu aos dois anos de idade, eu creio que eles estão no céu. Santidade é a vocação universal de todos os batizados: “E nos escolheu nele antes da criação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis, diante de seus olhos no amor”. (Efésios 1,4)

”A exemplo da santidade daquele que vos chamou, sede também vós santos em todas as vossas ações, pois está escrito: Sede santos, porque eu sou santo”. (Lv 11,44), (I São Pedro 1,15).

Não celebramos Halloween, celebramos a Santidade de Deus que santifica os seus filhos. Não as bruxas e Sim aos santos.

Em que sentido a Igreja é santa?

A Igreja é santa, porque Deus Santíssimo é o seu autor; Cristo entregou-se por ela, para a santificar e fazer dela santificadora; e o Espírito Santo vivifica-a com a caridade. Nela se encontra a plenitude dos meios de salvação. A santidade é a vocação de cada um dos seus membros e o fim de cada uma das suas atividades. A Igreja inclui no seu interior a Virgem Maria e inumeráveis Santos, como modelos e intercessores. A santidade da Igreja é a fonte da santificação dos seus filhos, que, aqui, na terra, se reconhecem todos pecadores, sempre necessitados de conversão e de purificação.“Quando recebeu o livro, os quatro Animais e os vinte e quatro Anciãos prostraram-se diante do Cordeiro, tendo cada um uma cítara e taças de ouro cheias de perfume (que são as orações dos santos)”. (Apocalipse 5,8)

Como é que os Santos são guias de oração?

Os santos são modelos de oração e a eles pedimos para, junto da Santíssima Trindade, intercederem por nós e pelo mundo inteiro. A sua intercessão é o mais alto serviço que prestam ao desígnio de Deus. Na comunhão dos santos, desenvolveram-se, ao longo da história da Igreja, diversos tipos de espiritualidade, que ensinam a viver e a pôr em prática a oração: “Adiantou-se outro anjo e pôs-se junto ao altar, com um turíbulo de ouro na mão. Foram-lhe dados muitos perfumes, para que os oferecesse com as orações de todos os santos no altar de ouro, que está adiante do trono”. (Apocalipse 8,3)

O que significa a expressão comunhão dos santos?

Indica, antes de mais, a participação de todos os membros da Igreja nas coisas santas (sancta): a fé, os sacramentos, em especial a Eucaristia, os carismas e os outros dons espirituais. Na raiz da comunhão está a caridade que «não procura o próprio interesse» (1 Cor 13, 5), mas move o fiel «a colocar tudo em comum» (At 4, 32), mesmo os próprios bens materiais ao serviço dos pobres.

O que significa ainda a expressão comunhão dos santos?

Designa ainda a comunhão entre as pessoas santas (sancti), isto é, entre os que, pela graça, estão unidos a Cristo morto e ressuscitado. Alguns são peregrinos na terra; outros, que já partiram desta vida, estão a purificar-se, ajudados também pelas nossas orações; outros, enfim, gozam já da glória de Deus e intercedem por nós. Todos juntos formam, em Cristo, uma só família, a Igreja, para louvor e glória da Trindade. Essa é a nossa fé, por isso, podemos pedir a intercessão de todos os santos conhecidos e desconhecidos, rezemos:

Deus eterno e todo-poderoso, que nos dais celebrar numa só festa os méritos de todos os santos, concedei-nos, por intercessores tão numerosos, a plenitude da vossa misericórdia. Por nosso senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém

Você pode se perguntar: Quantos santos existem, está na Bilia?

“Era uma imensa multidão, que ninguém podia contar, de todas as nações, tribos, povos e línguas” (Apoc 7, 9).

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Creio na Santa Igreja Católica

I. As denominações e as imagens da Igreja

A palavra "Igreja" ["ekklésia", do grego "ekkaléin" "chamar fora"] significa "convocação". Designa assembléias do povo, geralmente de caráter religioso. É o termo freqüentemente usado no Antigo Testamento grego para a assembléia do povo eleito diante de Deus, sobretudo para a assembléia do Sinai, onde Israel recebeu a Lei e foi constituído por Deus como seu Povo santo . Ao denominar-se "Igreja", a primeira comunidade dos que criam em Cristo se reconhece herdeira dessa assembléia. Nela, Deus "convoca" seu Povo de todos os confins da terra. O termo "Kyriakà", do qual deriva "Church", "Kirche", significa "a que pertence ao Senhor".

Na linguagem cristã, a palavra "Igreja" designa a assembléia litúrgica , mas também a comunidade local ou toda a comunidade universal dos crentes . Esses três significados são inseparáveis. "A Igreja" é o Povo que Deus reúne no mundo inteiro. Existe nas comunidades locais e se realiza como assembléia litúrgica, sobretudo eucarística. Ela vive da Palavra e do Corpo de Cristo e se torna, assim, Corpo de Cristo.

A IGREJA - INSTITUÍDA POR CRISTO JESUS

Cabe ao Filho realizar, na plenitude dos tempos, o plano de salvação de seu Pai. Este é o motivo de sua "missão ". "O Senhor Jesus iniciou sua Igreja pregando a Boa Nova, isto é, o advento do Reino de Deus prometido nas Escrituras havia séculos ." Para cumprir a vontade do Pai, Cristo inaugurou o Reino dos Céus na terra. A Igreja "é o Reino de Cristo já misteriosamente presente "'.

O Senhor Jesus dotou sua comunidade de uma estrutura que permanecerá até a plena consumação do Reino. Há antes de tudo a escolha dos Doze, com Pedro como seu chefe . Representando as doze tribos de Israel , eles são as pedras de fundação da nova Jerusalém . Os Doze e os outros discípulos participam da missão de Cristo, de seu poder, mas também de sua sorte (cf. Mt 10, 25 ; Jo 15, 20) . Por meio de todos os esses atos, Cristo prepara e constrói sua Igreja.

Mas a Igreja nasceu primeiramente do dom total de Cristo para nossa salvação, antecipado na instituição da Eucaristia e realizado na Cruz. "O começo e o crescimento da Igreja são significados pelo sangue e pela água que saíram do lado aberto de Jesus crucificado ." "Pois do lado de Cristo dormindo na Cruz é que nasceu o admirável sacramento de toda a Igreja ." Da mesma forma que Eva foi formada do lado de Adão adormecido, assim a Igreja nasceu do coração traspassado de Cristo morto na Cruz .

A IGREJA MANIFESTADA PELO ESPÍRITO SANTO

"Terminada a obra que o Pai havia confiado ao Filho para realizará na terra, foi enviado o Espírito Santo no dia de Pentecostes para santificar a Igreja permanentemente ." Foi então que "a Igreja se manifestou publicamente diante da multidão e começou a difusão do Evangelho com a pregação ". Por ser "convocação" de todos os homens para a salvação, a Igreja é, por sua própria natureza, missionária enviada por Cristo a todos os povos para fazer deles discípulos .

Para realizar sua missão, o Espírito Santo "dota e dirige a Igreja mediante os diversos dons hierárquicos e carismáticos . "Por isso a Igreja, enriquecida com os dons de seu Fundador e empenhando-se em observar fielmente seus preceitos de caridade, humildade e abnegação, recebeu a missão de anunciar o Reino de Cristo e de Deus e de estabelecê-lo em todos os povos; deste Reino ela constitui na terra o germe e o início ."

O Povo de Deus tem características que o distinguem nitidamente de todos os agrupamentos religiosos, étnicos, políticos ou culturais da história:

- Ele é o Povo de Deus: Deus não pertence, como propriedade, a nenhum povo. Mas adquiriu para si um povo dentre os que outrora não eram um povo: "Uma raça eleita, um sacerdócio régio, uma nação santa" (1Pd 2,9).

- A pessoa torna-se membro deste povo não pelo nascimento físico, mas pelo "nascimento do alto", "da água e do Espírito" (Jo 3,3-5), isto é, pela fé em Cristo e pelo Batismo.

- Este povo tem por Chefe (Cabeça) Jesus Cristo (Ungido, Messias); pelo fato de a mesma Unção, o Espírito Santo, fluir da Cabeça para o Corpo, ele é "o Povo messiânico”.

- A condição deste povo é a dignidade da liberdade dos filhos de Deus: nos corações deles, como em um templo, reside o Espírito Santo

- "Sua lei é o mandamento novo de amar como Cristo mesmo nos amou .". É a lei "nova" do Espírito Santo .

- Sua missão é ser o sal da terra e a luz do mundo . “Ele constitui para todo o gênero humano o mais forte germe de unidade, esperança e salvação ."

- Finalmente, sua meta é "o Reino de Deus, iniciado na terra por Deus mesmo, Reino a ser estendido mais e mais, até que, no fim dos tempos, seja consumado por Deus mesmo ".

II. A Igreja - Corpo de Cristo

A IGREJA É COMUNHÃO COM JESUS

Desde o início, Jesus associou seus discípulos à sua vida revelou-lhes o Mistério do Reino , deu-lhes participar de sua missão, de sua alegria e de seus sofrimentos . Jesus fala de uma comunhão ainda mais íntima entre Ele e os que o seguiriam: “Permanecei em mim, como eu em vós... Eu sou a videira, e vós os ramos" (Jo 15,4-5). E anuncia uma comunhão misteriosa e real entre o seu próprio corpo e o nosso: "Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele" (Jo 6,56).

Quando sua presença visível lhes foi tirada, Jesus não deixou seus discípulos órfãos . Prometeu ficar com eles até o fim dos tempos , enviou-lhes seu Espírito . A comunhão com Jesus tomou-se, de certa maneira, mais intensa: "Ao comunicar seu Espírito, fez de seus irmãos, chamados de todos os povos, misticamente os componentes de seu próprio Corpo ".

A IGREJA É A ESPOSA DE CRISTO

A unidade entre Cristo e a Igreja, Cabeça e membros do Corpo, implica também a distinção dos dois em uma relação pessoal. Este aspecto é muitas vezes expresso pela imagem do Esposo e da Esposa. O tema de Cristo Esposo da Igreja foi preparado pelos Profetas e anunciado por João Batista . O Senhor mesmo designou-se como "o Esposo" (Mc 2,19). O apóstolo apresenta a Igreja e cada fiel, membro de seu Corpo, como uma Esposa "desposada" com Cristo Senhor, para ser com Ele um só Espírito . Ela é a Esposa imaculada do Cordeiro imaculado , a qual Cristo "amou, pela qual se entregou, a fim de santificá-la" (Ef 5,26), que associou a si por uma Aliança eterna e da qual não cessa de cuidar como de seu próprio Corpo .

Eis o Cristo total, Cabeça e Corpo, um só formado por muitos... Seja a cabeça a falar, seja os membros, é sempre Cristo quem fala. Fala desempenhando o papel da Cabeça ["ex persona capitis"], fala desempenhando o papel do Corpo ["ex persona corporis"]. Conforme o que está escrito: "Serão dois em uma só carne. Eis um grande mistério: refiro-me a Cristo e à Igreja" (Ef 5,31-32). E o Senhor mesmo diz no Evangelho: "Já não são dois, mas uma só carne" (Mt 19,6). Como vistes, há de fato duas pessoas diferentes, e todavia elas constituem uma só coisa no amplexo conjugal. Na qualidade de Cabeça ele se diz "Esposo", na qualidade de Corpo se diz "Esposa ".

III. A Igreja - Templo do Espírito Santo

O que é o nosso espírito, isto é, a nossa alma em relação a nossos membros, assim é o Espírito Santo em relação aos membros de Cristo, ao corpo de Cristo que é a Igreja ." "A este Espírito de Cristo, em princípio invisível, deve-se atribuir também a união de todas as partes do Corpo tanto entre si como com sua Cabeça, pois ele está todo na Cabeça, todo no Corpo e todo em cada um de seus membros ." O Espírito Santo faz da Igreja "o Templo do Deus Vivo" (2 Cor 6, 16):

"Com efeito, é à própria Igreja que foi confiado o Dom de Deus. É nela que foi depositada a comunhão com Cristo, isto é, o Espírito Santo, penhor da incorruptibilidade, confirmação de nossa fé e escada de nossa ascensão para Deus. Pois lá onde está a Igreja, ali também está o Espírito de Deus; e lá onde está o Espírito de Deus, ali está a Igreja e toda graça ".

O Espírito Santo é "o Princípio de toda ação vital e verdadeiramente salutar em cada uma das diversas partes do Corpo ". Ele opera de múltiplas maneiras a edificação do Corpo inteiro na caridade : pela Palavra de Deus, "que tem o poder de edificar” (At 20,32); pelo Batismo, por meio do qual forma o Corpo de Cristo ; pelos sacramentos, que proporcionam crescimento e cura aos membros de Cristo; pela "graça concedida aos apóstolos, que ocupa o primeiro lugar entre seus dons "; pelas virtudes, que fazem agir segundo o bem; e, enfim, pelas múltiplas graças especiais (chamadas de "carismas"), por meio das quais "torna os fiéis aptos e prontos a tomarem sobre si os vários trabalhos e ofícios que contribuem para a renovação e maior incremento da Igreja ".