terça-feira, 14 de outubro de 2008

A Oração na Vida Cristã

A oração, segundo São João Damasceno, é a elevação da alma a Deus ou o pedido a Deus dos bens convenientes. Deus chama incansavelmente toda pessoa ao encontro misterioso com Ele. A oração acompanha toda a história da salvação como um apelo recíproco entre Deus e o homem; assim vemos com Abraão, Jacó, Moisés, Davi, os profetas... A obra-prima da oração no Antigo Testamento são os Salmos: rezados e realizados em Cristo, são um elemento essencial e permanente da oração de sua Igreja, adequados aos homens de qualquer condição e tempo.

NA PLENITUDE DO TEMPO...
No Novo Testamento, o modelo perfeito da oração consiste na oração filial de Jesus: implica uma adesão amorosa à vontade do Pai até a Cruz e uma confiança absoluta de ser ouvida. Jesus ensina seus discípulos a orar com o coração purificado, com fé viva e perseverante, com audácia filial, apresentando seus pedidos a Deus em seu Nome.

NO TEMPO DA IGREJA
O Espírito Santo, que ensina a Igreja e lhe recorda tudo o que Jesus disse, a educa também para a vida de oração. Oramos a todo momento, por todos os motivos: "Por tudo dai graças" (1Ts 5,18). Oramos para bendizer, para suplicar, para interceder, para louvar e em ação de graças.

A TRADIÇÃO DA ORAÇÃO
São fontes da oração a Palavra de Deus, a liturgia, as virtudes da fé, a esperança e a caridade. É o Espírito Santo que ensina os filhos de Deus a orar. Em geral, dirigimos a oração ao Pai ou a Jesus, sobretudo invocando seu Santo Nome; também invocamos o Espírito Santo como Mestre interior da oração, pois "ninguém pode dizer que Jesus é o Senhor a não ser no Espírito Santo" (1Cor 12,3). A Igreja também reza em comunhão com a Virgem Maria, em virtude de sua cooperação singular com a ação do Espírito Santo. Na oração a Igreja peregrina associa-se aos santos, cuja intercessão solicita. Os lugares mais favoráveis para a oração são o oratório pessoal ou da família, os mosteiros, os santuários e, sobretudo, a igreja, que é o lugar próprio da oração litúrgica para a comunidade paroquial e o lugar privilegiado da adoração eucarística.

AS EXPRESSÕES DA ORAÇÃO
A Igreja convida os fiéis a uma oração regular: orações diárias, liturgia das horas, Eucaristia dominical, festas do ano litúrgico... Pela oração vocal, associamos o corpo à oração interior do coração, assim como Jesus fez ao ensinar o "Pai-Nosso" a seus discípulos; pela meditação, o orante põe em ação o pensamento, a emoção, o desejo, para se apropriar do assunto meditado confrontando-o com a realidade de sua vida; pela oração mental, participamos do Mistério de Cristo, unindo-nos à sua oração, como expressão simples e silenciosa do mistério da oração.

O COMBATE DA ORAÇÃO
A oração supõe um esforço e uma luta contra nós mesmos e contra as armadilhas do Tentador, sendo inseparável do combate espiritual. Várias tentações se lançam contra os momentos de oração: a distração, a aridez, a experiência dos nossos fracassos, as concepções errôneas, a falta de fé, a acídia (semelhante ao desânimo), as diversas correntes da mentalidade... Mas o remédio está na fé, na conversão e na vigilância do coração. Devemos rezar sempre que possível, por ser uma necessidade vital. "Orai sem cessar" (1Ts 5,17): oração e vida cristã são inseparáveis!

A ORAÇÃO DO PAI-NOSSO

É o resumo de todo o Evangelho, a mais perfeita das orações. É, assim, a oração da Igreja por excelência, sendo parte integrante das grandes horas do Ofício Divino e dos sacramentos de iniciação cristã: batismo, confirmação e eucaristia.

"PAI NOSSO QUE ESTAIS NO CÉU"
Podemos invocar a Deus como Pai porque assim nos revelou seu Filho e já que, pelo batismo, passamos a ser filhos de Deus. A expressão "que estais nos céus" não designa um lugar, mas a majestade de Deus e sua presença no coração dos justos. O céu, a Casa do Pai, constitui a verdadeira pátria para onde nos dirigimos e à qual já pertencemos. Seguem-se os sete pedidos: três que glorificam o Pai e quatro que Lhe apresentam nossos pedidos:

"SANTIFICADO SEJA O VOSSO NOME"
Com este pedido, entramos no plano de Deus, a santificação de seu Nome (revelado a Moisés, depois em Jesus), por nós e em nós, bem como em toda nação e em cada ser humano.

"VENHA A NÓS O VOSSO REINO"
Com este pedido, a Igreja tem em vista, principalmente, a volta de Cristo e a vinda final do Reino de Deus, rezando também pelo crescimento do Reino de Deus no "hoje" de nossas vidas.

"SEJA FEITA A VOSSA VONTADE, ASSIM DA TERRA COMO NO CÉU"Com este pedido, rezamos ao nosso Pai para que una nossa vontade à do seu Filho, a fim de realizar seu plano de salvação na vida do mundo.

"O PÃO NOSSO DE CADA DIA NOS DAI HOJE"
Ao dizermos "nos dai", exprimimos, em comunhão com nossos irmãos, nossa confiança filial em nosso Pai do céu. O "pão nosso" designa o alimento terrestre necessário à subsistência de todos nós e também o Pão da Vida: a Palavra de Deus e o Corpo de Cristo. É recebido no "hoje" de Deus, como alimento indispensável, superessencial do Banquete do Reino que a Eucaristia antecipa.

"PERDOAI AS NOSSAS OFENSAS, ASSIM COMO PERDOAMOS A QUEM NOS TEM OFENDIDO"
Este pedido implora a misericórdia de Deus para nossas ofensas, misericórdia que só pode penetrar em nosso coração se soubermos perdoar os nossos inimigos, a exemplo e com a ajuda de Cristo.

"E NÃO NOS DEIXEIS CAIR EM TENTAÇÃO"
Aqui, pedimos a Deus que não nos permita trilhar o caminho que conduz ao pecado. Este pedido implora o Espírito de discernimento e de fortaleza, e solicita a graça da vigilância e a perseverança final.

"MAS LIVRAI-NOS DO MAL"

Neste último pedido, solicitamos a Deus, junto com a Igreja, que manifeste a vitória já alcançada por Cristo sobre o "Príncipe deste Mundo", Satanás, o anjo que pessoalmente se opõe a Deus e ao seu plano de salvação.

"AMÉM"
Pelo amém, exprimimos nosso "faça-se" em relação aos sete pedidos anteriores: "que assim seja!"

Mandamentos: Não pecar contra a castidade

Não Pecar Contra a Castidade
Talvez seja este o mandamento mais desobedecido em nossos dias. Mais do que nos demais, nesse campo a Lei de Deus é vista como mera repressão sexual, a ser abolida com a máxima urgência. Chega de ´tabus´ religiosos, dizem! Mas, para os que querem ser fiéis a Jesus Cristo, e querem ser de fato felizes, o mandamento continuará sempre de pé, pois é eterno.
O triste espetáculo dos motéis, dos telefones eróticos, das novelas sensuais, dos filmes pornôs, da ´camisinha´, etc, atestam a decadência de uma civilização que, ousadamente, suprimiu a Lei sagrada de Deus. Calca aos pés o sagrado e afronta loucamente o Criador.
Já no Antigo Testamento o Senhor dizia a seu povo:
´Não cometerás adultério´ (Deut 5,18).
E Jesus leva o preceito à perfeição:
´Eu, porém, vos digo: todo aquele que olhar para uma mulher com desejo libidinoso já cometeu adultério com ela em seu coração´(Mt 5,27´28).
O Mestre é radical neste ponto. Mas, ao mesmo tempo que é intransigente com o pecado, ama o pecador. À mulher adúltera, a ser apedrejada, Ele diz: ´vai e não peques mais´.
O nosso mundo moderno quer, à todo custo, ´adaptar´ o Evangelho aos seus prazeres. Ao que São Paulo responde:
´Não vos conformeis com este mundo, mas reformai´vos pela renovação do vosso espírito´ (Rom 12,1).
Não é verdade que aqueles que profanam o próprio corpo, indefinidamente, acabam numa morte triste?
É interessante como São Paulo insiste nesse ponto.
Também sobre o homossexualismo, hoje tão defendido por muitos, a condenação da Bíblia e da Igreja é expressa.
´Não te deitarás com um homem como se fosse uma mulher: isto é uma abominação´ (Lev 18,22).
´Se um homem dormir com outro homem, como se fosse mulher, ambos cometeram uma coisa abominável. Serão punidos de morte e levarão a sua culpa´ (Lev 20,13).
São palavras claras, pelas quais Deus classifica a prática do homossexualismo como uma abominação.
Na carta aos romanos, São Paulo mostra a gravidade desse comportamento desordenado:
´Conhecendo Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças... Por isso, Deus os entregou aos desejos dos seus corações e à imundície, de modo que desonraram entre si os próprios corpos... as suas mulheres mudaram o uso natural em outro que é contra a natureza. Do mesmo modo também os homens, deixando o uso natural da mulher, arderam de desejos uns para com os outros, cometendo homens com homens a torpeza, e recebendo em seus corpos a paga devida a seu desvario´ (Rom 1,21´17).
Deus ama o pecador, mas abomina o pecado.
Quando, em 1994, no Ano da Família, o Parlamento Europeu, tristemente, reconheceu a validade jurídica dos matrimônios entre homossexuais, até admitindo a adoção de crianças por eles, o Papa João Paulo II, tomou posição imediata:
´Não é moralmente admissível a aprovação jurídica da prática homossexual. Ser compreensivos para com quem peca, e para com quem não é capaz de libertar´se desta tendência, não significa abdicar das exigências da norma moral... Não há dúvida de que estamos diante de uma grande e terrível tentação´ (20/02/94).
O Catecismo da Igreja também é claro nos pontos que ofendem a castidade:
´Apoiando´se na Sagrada Escritura, que os apresenta como depravações graves (Gn 19,1´20; 1 Tm 1,10), a tradição sempre declarou que ´os atos de homossexualidade´ são intrinsecamente desordenados. São contrários à lei natural´ (nº 2357).
Também com referência à masturbação, defendida por muitos como ´algo normal´, ensina a Igreja:
´Na linha de uma tradição constante, tanto o magistério da Igreja como o senso moral dos fiéis afirmam sem hesitação que a masturbação é um ato intrínseco e gravemente desordenado´ (nº 2352).
Enfim, diz o Catecismo:
´Qualquer que seja o motivo, o uso deliberado da faculdade sexual fora das relações conjugais normais contradiz sua finalidade´ (idem).
Sabemos que não é fácil a luta contra as misérias da carne, e é preciso ter caridade, respeito e compaixão pelos que sofrem desses males. É preciso lembrar´lhes que só Cristo pode dar força e libertação. Lembra´nos o Apóstolo que:
´Tudo posso naquele que me dá forças´ (Fil 4,13).
Importa não desanimar na luta em busca da pureza. Sempre lutar, com a graça de Deus, até que o espírito submeta a matéria. São Pedro nos diz:
´Depois que tiverdes padecido um pouco, [Deus] vos aperfeiçoará, vos tornará inabaláveis, vos fortificará´ (1Pe 5,10).
Muitas vezes pode nos parecer que a luta contra as paixões da carne sejam sem fim, ou que a vitória seja impossível. De fato, com a nossa fraqueza jamais podemos vencê´las, mas, como disse Santo Agostinho, que experimentou tão bem este combate: ´o que é impossível à natureza, é possível à graça´.
Somente com os auxílios da graça de Deus é que podemos vencer as misérias da nossa carne. Daí a importância de uma continua vigilância sobre nós mesmos, ao mesmo tempo em que vivemos uma profunda e perseverante vida de oração e de participação nos Sacramentos da Reconciliação (Confissão) e Eucaristia. Nestes Sacramentos, Jesus nos lava com o seu próprio sangue redentor, nos alimenta e cura a alma, a fim de que sejamos fortes contra as tentações . Nossa Mãe Maria é a Rainha da pureza e está sempre pronta a nos auxiliar nesta luta árdua. Precisamos recorrer a ela e nos colocarmos continuamente debaixo de sua proteção materna.
A luta contra as impurezas é da maior importância, não só para cada um de nós, mas principalmente porque cada batizado é ´membro de Cristo´ (1Cor12,27).
É preciso estarmos cientes de que, quando nos sujamos, sujamos também o Corpo de Cristo; aí está toda a gravidade da luxúria. Cada um de nós é parte do Corpo de Cristo, que é a Igreja; logo, o nosso pecado afeta toda a Igreja. Eis porque nos confessamos com um ministro seu, também, para nos reconciliarmos com ela.

Inseminação Artificial é pecado?

Os escândalos da inseminação artificial

Não é sem razão que a Igreja é totalmente contra a prática da inseminação artificial; não só por questão moral e teológica, mas também pelas conseqüências nefastas que temos visto. A Igreja Católica, infelizmente, quase que sozinha, levanta a sua voz, em nome de Cristo, para dizer que a inseminação artificial é um grave erro e que esta forma de conceber não é ética, nem natural e não está de acordo com o plano de Deus. «As técnicas que provocam uma dissociação da paternidade… são gravemente desonestas», porque elas “lesam o direito da criança de nascer de um pai e de uma mãe conhecidos por ele e ligados entre si pelo matrimônio». (Catecismo §2376). Hoje é grande o número de jovens nos EUA e Europa que não conhecem o seu pai porque foram gerados por um esperma doado anonimamente a uma clinica de fertilização. Esses jovens não conhecem a metade de sua história; e hoje muitos deles estão correndo atrás desta origem. São enormes as conseqüências psicológicas para esses jovens.

A imprensa tem noticiado continuamente casos escandalosos por causa da fecundação artificial: comercialização do ventre feminino, mãe e irmã ao mesmo tempo, incesto sem contato sexual, rixas entre pessoas interessadas, avós e tias se tornam genitoras respectivamente de seus netos e sobrinhos; há genitores estranhos ou alheios aos seus próprios filhos, crianças órfãs antes mesmo de nascer; diz-se que até mesmo existem filhos de genitores do mesmo sexo... Uma senhora sueca, de 60 anos de idade, foi à Itália, onde lhe fizeram a implantação de dois gêmeos por inseminação artificial; mas perdeu-os por aborto espontâneo, com graves conseqüências físicas e psíquicas para a ela, o que revoltou alguns médicos na Suécia.

Essa revolução vai destruindo cada vez mais o conceito de família. E o que será da sociedade sem a família?
O Conselho europeu aprovou em 1995 trinta e dois artigos que visam a resguardar os direitos da vida e do ser humano, acentuando o princípio: “Primeiramente o homem, depois a ciência”. O jornal O GLOBO de 12/01/03, Caderno da Família, p. 2., publicou uma série de fatos escandalosos da proveta:

1- Embriões órfãos: Uma clínica na Austrália mantém dois embriões congelados de um casal de milionários morto num acidente de carro em 1983. Ao saber da fortuna em jogo, numerosas mulheres ofereceram-se para gerar os bebês. Mas a justiça da Austrália decidiu manter os embriões congelados. O dinheiro pesa mais do que as crianças.

2 – Bebês que ninguém quer – Em 200, faltavam apenas três meses para a mãe de aluguel inglesa Helen Beasley ter um casal de gêmeos e ela ainda procurava alguém para adotá-los. Beasley alugou o útero por US$ 20 mil a um casal americano submetido à fertilização “in vitro”. Mas o casal queria apenas um filho e desistiu dos bebês. Ela se negou a fazer aborto porque a gravidez estava adiantada. Será que o ventre humano é uma incubadora de aluguel? E as crianças são mercadorias que se pode encomendar, e se devolver se não agradar?

3 – Brigas por embriões - Um casal disputa a guarda de sete embriões na Justiça dos EUA. Submetido à fertilização “in vitro” em 95, o casal, hoje separado, teve implantados quatro dos 11 embriões obtidos. Os dois tiveram um filho e agora o ex-marido quer que os embriões sejam implantados em sua nova mulher. Quem é quem? Quem é o pai? Quem é a mãe?

4 – Tia e mãe ao mesmo tempo: A menina Elizabetta nasceu em Roma, em 1995, dois anos depois de sua mãe biológica morrer. A menina foi gerada pela irmã de seu pai biológico, que serviu de mãe de aluguel, recebendo um embrião congelado da cunhada e do irmão. Elizabetta vive com a sua tia, e também mãe.

5 – Dois pais e só uma mãe - O casal homossexual inglês Barrie Drewitt e Tony Barlow alugou o útero de uma mulher para receber dois embriões, concebidos com os espermatozóides deles e o óvulos vendidos por uma americana. Os bebês, cada um de um pai, mas com a mesma mãe, nasceram em janeiro.

6 – Mãe virgem - Em 1987, a pastora americana Lesley Northrup foi mãe-virgem. Ela teve um óvulo fertilizado com um espermatozóide de um doador desconhecido. O embrião foi implantado em Northrup, virgem e solteira, sem a necessidade do ato sexual.

7 – Incesto sem sexo - Uma francesa deu à luz há dois meses um filho de seu irmão nos EUA. Jeanine Salomone, de 62 anos, pagou quase US$ 100 mil para ter uma menina. O espermatozóide foi doado pelo seu irmão. A clínica confessou que não pediu a certidão de casamento dos dois. Pai e tio ao mesmo tempo.

8 – Gerado com esperma do marido morto - Em 1999, a viúva americana Gaby Vernoff deu à luz nos EUS a um filho gerado a partir de seu óvulo e do espermatozóide congelado de seu marido, morto em 1995. Foi o primeiro caso do tipo no mundo. Foi uma fecundação despersonalizada. Não deve haver a geração de uma criança sem a participação dos pais, e sem o seu ato de amor conjugal, que é “o ato fundante da vida”.

9 – Só serve se for surdo - As americanas Sharon Duchesneau e Candace McCullough usaram a inseminação artificial para ter dois filhos surdos como elas. Para gerar Jehanne, de 5 anos, e Gauvin de 5 meses, o casal lésbico contou com a ajuda de um amigo da família, também surdo, depois que vários bancos de esperma se recusaram a colaborar com seus planos.

Na região de Nápoles, na Itália, têm acontecido casos dolorosos por causa da fecundação artificial. Eis dois dos mais notórios:

1 - O caso de G.L.: fecundação artificial homóloga - G.L., conheceu em viagem um brilhante médico, do qual se enamorou e com o qual se casou. Com o passar do tempo, tentaram ter filhos, sem o conseguir, o marido era estéril. O casal optou pela inseminação artificial heteróloga (um doador anônimo). Nasceu então um bebê. Houve depois outra inseminação heteróloga, mas, quando a mãe estava no oitavo mês de gestação, o marido resolveu separar-se da esposa; e recusava-se a reconhecer o filho que a esposa trazia em seu seio; além disto, o sogro da gestante declarava não reconhecer o neto mais velho. O Código Civil da Itália reconhecia a ambos o direito de assim proceder.
A Dra. Elena Coccia, advogada de G.L., confessou que o juiz não podia senão aplicar a legislação vigente, isentando o marido e o sogro de G. G. de qualquer responsabilidade no tocante aos dois filhos de G.L.

2 - Giada, a menina que nasceu por engano - Giada é uma menina que sofre de anemia e talassemia ou anemia mediterrânea. É também ela filha da proveta,... mas de proveta equivocada. Sim; o Dr. Raffaele Magli, trocou a proveta do líquido seminal do pai de Giada, chamado Roberto Minucci (comerciante napolitano de 33 anos de idade) pela proveta de um homem doente de talassemia; desse erro decorre a existência doentia de Giada, que está sujeita a periódicas transfusões de sangue e à expectativa de um transplante (transplante que depende de doador adequado e disponível). O Dr. Raffaele Magli já foi duas vezes interpelado pela Justiça como réu de graves danos causados a Giada e a sua família. O ginecologista, porém, se defende acusando de adultério a Sra. Maria Cristina Lervolino: diz ele que Giada não é filha de proveta equivocada, mas sim de um “encontro” equivocado. Ofendida, Cristina responde que, na falta de defesa propriamente dita, o réu passa para a acusação.

Um outro caso doloroso aconteceu na Inglaterra - Esta matéria foi publicada no Jornal "Folha de São Paulo", dia 09/07/2002, como título: Brancos têm gêmeas negras por erro médico.

“Um casal de brancos que recorrera à inseminação in vitro teve duas gêmeas negras por conta de confusão ocorrida numa clinica estatal britânica, de acordo com reportagem publicada no tablóide "The Sun". Nos próximos meses esse casal estará no centro de uma batalha judicial para definir quem são os verdadeiros pais dos bebês. A confusão envolve ainda um casal de negros que também tentava ter um filho por meio da fertilização in vitro, segundo o tablóide.
A disputa judicial deverá ser uma das mais controversas dos últimos tempos. Segundo especialistas ouvidos pelo diário britânico "The Independente", a mãe branca que deu à luz as gêmeas deveria ser considerada a verdadeira mãe dos bebês. Contudo, se ficar estabelecido legalmente que o pai biológico das meninas é um homem negro que, ao lado de sua parceira negra, também fazia parte de um programa de fertilização “in vitro”, então o caso será mais dificil de ser resolvido, pois não há precedente legal no Reino Unido para amparar a decisão do juiz.

As novas práticas genéticas alteram conceitos e realidades básicas da sociedade contemporânea, especialmente a noção e a realidade da família. A família querida por Deus é a comunidade que resulta da união de um homem e uma mulher cujo amor recíproco se prolonga nos filhos. Os pais são os principais educadores de seus filhos.

O primeiro golpe contra a família ocorre quando o marido ou a mulher têm relações extra-conjugais, de onde nascem filhos ilegítimos; mas a legislação brasileira equipara entre si filhos esses filhos. O segundo golpe contra a família é o da fecundação artificial, pois entra em cena alguém desconhecido pela família. A figura do pai genético cede à figura do pai funcional; o mesmo acontece com a mãe. O terceiro golpe que a família sofre é o das legalizadas uniões homossexuais e lésbicas, que querem ter o direito de adotar e educar uma criança. Nasce assim a família “alternativa”. Este artigo tem muito a ver com os artigos de D. Estevão Bettencourt, publicados em PR, Nº 490 – Ano 2003 – Pág. 179 e Nº 404 – Ano 1996 – Pág. 45, usados com a devida autorização.

Prof. Felipe Aquino

Dúvidas - Mandamento: Não Matarás

É pecado matar alguém em legítima defesa?
Algumas pessoas me perguntam se matar alguém para se defender, ou para defender a vida de pessoas inocentes, se é pecado. A Igreja ensina que, não havendo outra saída, pode-se matar o agressor injusto para defender a própria vida e a de outras pessoas inocentes, especialmente isso é válido para os que trabalham nas diversas polícias. Evidentemente que todo esforço deve ser feito no sentido de não matar, mas, se não houver outra saída, paciência...
A Igreja ensina que: “Se os meios não sangrentos bastarem para defender as vidas humanas contra o agressor e para proteger a ordem pública e a segurança das pessoas, a autoridade se limitará a esses meios, porque correspondem melhor às condições concretas do bem comum e estão mais conformes à dignidade da pessoa humana” (João Paulo II, enc. EV, 56 (1995); Cat. §2267).
O Catecismo da Igreja ensina no §2263 que: “A legítima defesa das pessoas e das sociedades não é uma exceção à proibição de matar o inocente, que caracteriza o homicídio voluntário: “A ação de defender-se pode acarretar um duplo efeito: um é a conservação da própria vida, o outro é a morte do agressor... (S. Tomás de Aquino, S. Th. II-II, 64,7). Só se quer o primeiro; o outro não” (idem). Neste caso não se deseja matar o agressor, mas defender a própria vida e a de inocentes. Não há a intenção maldosa de matar.
A Igreja também ensina que: “O amor a si mesmo permanece um princípio fundamental da moralidade. Portanto, é legitimo fazer respeitar o próprio direito à vida. Quem defende sua vida não é culpável de homicídio, mesmo se for obrigado a matar o agressor” (§2264). O que não se pode é usar de violência mais do que necessário. “E não é necessário para a salvação omitir este ato de comedida proteção, para evitar matar o outro; porque, antes da de outrem, se está obrigado a cuidar da própria vida” (idem).
O Catecismo chega a dizer que: “A legítima defesa pode ser não somente um direito, mas um dever grave, para aquele que é responsável pela vida de outros, pelo bem comum da família ou da sociedade. Preservar o bem comum da sociedade exige que o agressor se prive das possibilidades de prejudicar a outrem... Por razões análogas os detentores de autoridade têm o direito de repelir pelas armas os agressores da comunidade civil pela qual são responsáveis” (§2265). Isto deixa claro pela Igreja que os profissionais que trabalham com a segurança das pessoas devem defende-las mesmo usando da violência se for preciso para salvaguardar a vida dos inocentes. Portanto, há que se fazer de tudo para não matar, mesmo ao agressor injusto, mas, se não houver outra saída para se defender a própria vida e a de pessoas inocentes, a vida a ser sacrificada deve ser a do agressor. Isto é o que a moral católica ensina como “mal menor”. Ele só pode ser alegado quando não se tem outra alternativa para se fazer o bem.
Prof. Felipe Aquino

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Credo Niceno-Constantinopolitano


Creio em um só Deus,
Pai todo-poderoso,
Criador do céu e da terra,
de todas as coisas visíveis e invisíveis.

Creio em um só Senhor, Jesus Cristo,
Filho Unigênito de Deus,
nascido do Pai
antes de todos os séculos:
Deus de Deus,
luz da luz,
Deus verdadeiro de Deus verdadeiro,
gerado não criado,
consubstancial ao Pai.

Por Ele todas as coisas foram feitas.
E, por nós, homens,
e para a nossa salvação,
desceu dos céus:
e encarnou pelo Espírito Santo,
no seio da Virgem Maria,
e se fez homem.

Também por nós foi crucificado
sob Pôncio Pilatos;
padeceu e foi sepultado.

Ressuscitou ao terceiro dia,
conforme as escrituras,
e subiu aos céus,
onde está sentado à direita do Pai.

E de novo há de vir, em sua glória,
para julgar os vivos e os mortos;
e o seu reino não terá fim.

Creio no Espírito Santo,
Senhor que dá a vida,
e procede do Pai;
e com o Pai e o Filho
é adorado e glorificado:
Ele que falou pelos profetas.

Creio na Igreja
una , santa, católica e apostólica.

Professo um só batismo
para remissão dos pecados.

Espero a ressurreição dos mortos
e a vida do mundo que há de vir. Amém.