sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Matrimônio - Perguntas e Respostas


O SACRAMENTO DO MATRIMÔNIO

1. Qual é o desígnio de Deus acerca do homem e da mulher?
Deus, que é amor e criou o homem por amor, chamou-o a amar. Criando o homem e a mulher, chamou-os, no Matrimônio, a uma íntima comunhão de vida e de amor entre eles, «de modo que já não são dois, mas uma só carne» (Mt 19,6). Abençoando-os, Deus disse-lhes: «sede fecundos e multiplicai-vos» (Gn 1,28).

2. Para que fins instituiu Deus o Matrimônio?
A união matrimonial do homem e da mulher, fundada e dotada de leis próprias pelo Criador, está por sua natureza ordenada à comunhão e ao bem dos cônjuges e à geração e bem dos filhos. Segundo o desígnio originário de Deus, a união matrimonial é indissolúvel, como afirma Jesus Cristo: «O que Deus uniu não o separe o homem» (Mc 10,9).

3. Como é que o pecado ameaça o Matrimônio?
1606-1608
Por causa do primeiro pecado, que provocou também a ruptura da comunhão do homem e da mulher, dada pelo Criador, a união matrimonial é muitas vezes ameaçada pela discórdia e pela infidelidade. Todavia Deus, na sua infinita misericórdia, dá ao homem e à mulher a sua graça para que possam realizar a união das suas vidas segundo o desígnio originário de Deus.

4. O que é que o Antigo Testamento ensina sobre o Matrimônio?
Deus, sobretudo através da pedagogia da Lei e dos profetas, ajuda o seu povo a amadurecer progressivamente a consciência da unicidade e da indissolubilidade do Matrimônio. A aliança nupcial de Deus com Israel prepara e prefigura a Aliança nova realizada pelo Filho de Deus com a sua esposa, a Igreja.

5. Qual a novidade dada por Cristo ao Matrimônio?
Jesus Cristo não só restabelece a ordem inicial querida por Deus, mas dá a graça para viver o Matrimônio na nova dignidade de sacramento, que é o sinal do seu amor esponsal pela Igreja: «Vós maridos amai as vossas mulheres, como Cristo amou a Igreja» (Ef 5,25).

6. O Matrimônio é uma obrigação para todos?
O Matrimônio não é uma obrigação para todos. Deus chama alguns homens e mulheres a seguir o Senhor Jesus na vida da virgindade ou do celibato pelo Reino dos céus, renunciando ao grande bem do Matrimônio para se preocuparem com as coisas do Senhor e para procurar agradar-Lhe, tornando-se assim sinal do absoluto primado do amor de Cristo e da ardente esperança da sua vinda gloriosa.

343. Como se celebra o sacramento do Matrimônio?
Uma vez que o Matrimônio coloca os cônjuges num estado público de vida na Igreja, a sua celebração litúrgica é pública, na presença do sacerdote (ou da testemunha qualificada da Igreja) e das outras testemunhas.

7. O que é o consentimento matrimonial?
O consentimento matrimonial é a vontade, expressa por um homem e por uma mulher, de se entregarem mutua e definitivamente, com o fim de viver uma aliança de amor fiel e fecundo. Dado que o consentimento faz o Matrimônio, ele é indispensável e insubstituível. Para que o Matrimônio seja válido, o consentimento deve ter como objecto o verdadeiro Matrimônio e ser um acto humano, consciente e livre, não determinado pela violência ou por constrições.

8. Que se requer quando um dos esposos não é católico?
Para serem lícitos, os matrimônios mistos (entre católico e baptizado não católico) requerem a permissão da autoridade eclesiástica. Aqueles com disparidade de culto (entre católico e não baptizado) para serem válidos precisam duma dispensa. Em todo o caso, é essencial que os cônjuges não excluam a aceitação dos fins e das propriedades essenciais do Matrimônio e que o cônjuge católico confirme o empenho, conhecido também do outro cônjuge, de conservar a fé e de assegurar o Baptismo e a educação católica dos filhos.

9. Quais são os efeitos do sacramento do Matrimônio?
O sacramento do Matrimônio gera entre os cônjuges um vínculo perpétuo e exclusivo. O próprio Deus sela o consentimento dos esposos. Portanto o Matrimônio concluído e consumado entre baptizados não pode ser nunca dissolvido. Este sacramento confere também aos esposos a graça necessária para alcançar a santidade na vida conjugal e para o acolhimento responsável dos filhos e a sua educação.

10. Quais são os pecados gravemente contrários ao sacramento do Matrimônio?
São: o adultério; a poligamia, porque em contradição com a igual dignidade do homem e da mulher e com a unicidade e exclusividade do amor conjugal; a rejeição da fecundidade, que priva a vida conjugal do dom dos filhos; e o divórcio, que se opõe à indissolubilidade.

11. Quando é que a Igreja admite a separação física dos esposos?
A Igreja admite a separação física dos esposos quando, por motivos graves, a sua coabitação se tornou praticamente impossível, embora se deseje uma sua reconciliação. Mas eles, enquanto vive o cônjuge, não estão livres para contrair uma nova união, a menos que o Matrimônio seja nulo e como tal seja declarado pela autoridade eclesiástica.

12. Qual é a atitude da Igreja para com os divorciados recasados?
Fiel ao Senhor, a Igreja não pode reconhecer como Matrimônio a união dos divorciados recasados civilmente. «Quem repudia a própria mulher e casa com outra comete adultério contra ela; se a mulher repudia o marido e casa com outro, comete adultério» (Mc 10, 11-12). Para com eles, a Igreja desenvolve uma atenta solicitude, convidando-os a uma vida de fé, à oração, às obras de caridade e à educação cristã dos filhos. Mas eles não podem receber a absolvição sacramental nem abeirar-se da comunhão eucarística, nem exercer certas responsabilidades eclesiais enquanto perdurar esta situação, que objectivamente contrasta com a lei de Deus.

13. Porque é que a família cristã é chamada Igreja doméstica?
Porque a família manifesta e realiza a natureza de comunhão e familiar da Igreja como família de Deus. Cada membro, a seu modo, exerce o sacerdócio baptismal, contribuindo para fazer da família uma comunidade de graça e de oração, escola das virtudes humanas e cristãs, lugar do primeiro anúncio da fé aos filhos.

Sacramentos de Serviço - Matrimônio


O Matrimônio é o amor. Ninguém consegue viver sem a presença e a amizade de outras pessoas. Ninguém está sozinho. No casamento, essa amizade é repartida entre o marido e a mulher: é repartida entre o casal e os filhos, e com a comunidade onde vivem. O mais difícil do amor é permanecer firme nele. Só Deus mesmo é capaz de ser, sem defeito, fiel e amoroso. Quando o casal é fiel no amor, é um grande sinal de Deus. Deus está presente no amor do casal. Quem acredita nisso pode casar na Igreja.


"A aliança matrimonial, pela qual o homem e a mulher constituem entre si uma comunhão da vida toda, é ordenada por sua índole natural ao bem dos cônjuges e à geração e educação da prole, e foi elevada, entre os batizados, à dignidade de sacramento por Cristo Senhor."

Deus nos fez para a felicidade, não nascemos para viver sozinho, mas sim com uma companhia. O Pai quando criou o homem, deu à ele uma companhia: Eva. Deus também acrescentou: "Por isso o homem deixa o seu pai e sua mãe para se unir à sua mulher; e já não são mais que uma só carne" (Gn 2, 24).

Esse ato de se juntar com o sexo oposto para juntos viverem em uma só carne é o próprio Sacramento do Matrimônio. Este é um Sacramento de Serviço (junto com a Ordem), através dele nos unimos ao sexo oposto para juntos construirmos uma família. O Matrimônio é uma doação total ao outro e à Deus, somos chamados a construir uma família cristã, com pensamentos retos e morais.

Hoje, o Maligno vem se apoderando deste Sacramento como se fosse algo qualquer, ele usa do casal como forma de destruir, eliminar, desconcertar o convívio familiar. São muitos os casamentos feitos na Igreja Católica que possui objetivos contrários a conduta cristã, ou seja, muitos são os casais que vão para o altar com desejos carnais e com o seguinte pensamento: "Se não der certo, nos separamos".

Muitos falam como é difícil aceitar o Sacramento da Ordem, ou seja, pensam que ser sacerdote é uma grande dificuldade nos dias de hoje. Só que tanto a Ordem como o Matrimônio são Sacramentos de Serviço, que necessitam da doação total dos que receberam o Sacramento. A missão do sacerdote é direcionar o povo ao caminho de Deus. A missão do casal é direcionar a família ao caminho da Santidade e do Amor Fraterno. Não podemos deixar de lembrar que é através do Sacramento do Matrimônio que nasce as vocações sacerdotais, vindas da educação que os familiares deram ao vocacionado. Podemos chegar então à conclusão que o Sacramento do Matrimônio é uma vocação, devemos estar preparados para direcionar e educar filhos e Filhos de Deus no caminho da Santidade.

A grande prova da falta de preparo de muitos casais nos dias de hoje, são os inúmeros casamentos que não dão certo. O divórcio é força do maligno, foi criado para separar a união que Deus criou entre dois de seus Filhos.

Podemos então chegar a conclusão que o Sacramento do Matrimônio é uma das grandes obras divinas, que foi criado para o Amor Familiar. A Família é o grande investimento que Deus criou, é através dela que se educa cidadãos retos procurando a imitação de Cristo Jesus.


Sacramentos de Serviço - Ordem


OS SACRAMENTOS AO SERVIÇO
DA COMUNHÃO E DA MISSÃO

1. Quais são os sacramentos ao serviço da comunhão e da missão?

Dois sacramentos, a Ordem e o Matrimónio, conferem uma graça especial para uma missão particular na Igreja em ordem à edificação do povo de Deus. Eles contribuem em especial para a comunhão eclesial e para a salvação dos outros.

O SACRAMENTO DA ORDEM SACERDOTAL

2. O que é o sacramento da Ordem?

É o sacramento graças ao qual a missão confiada por Cristo aos seus Apóstolos continua a ser exercida na Igreja, até ao fim dos tempos.

3. Porque se chama sacramento da Ordem?

Ordem indica um corpo eclesial, do qual se passa a fazer parte, mediante uma especial consagração (Ordenação), a qual, por um particular dom do Espírito Santo, permite exercer um poder sagrado em nome e com a autoridade de Cristo para o serviço do povo de Deus.

4. Qual o lugar do sacramento da Ordem no desígnio divino da salvação?

Na Antiga Aliança, este sacramento é prefigurado no serviço dos Levitas, no sacerdócio de Aarão e na instituição dos setenta «Anciãos» (Num 11,25). Estas prefigurações encontraram realização em Cristo Jesus, o qual, com o sacrifício da sua cruz, é o «único (...) mediador entre Deus e os homens» (1 Tim 2,5), o Sumo-sacerdote à maneira de Melquisedec» (Heb 5,10). O único sacerdócio de Cristo é tornado presente pelo sacerdócio ministerial.

«Só Cristo é o verdadeiro sacerdote, os outros são seus ministros» (S. Tomás de Aquino)

5. De quantos graus se compõe o sacramento da Ordem?

Compõe-se de três graus, que são insubstituíveis para a estrutura orgânica da Igreja: o episcopado, o presbiterado e o diaconado.

6. Qual é o efeito da Ordenação episcopal?

A Ordenação episcopal confere a plenitude do sacramento da Ordem, faz do Bispo o legítimo sucessor dos Apóstolos, insere-o no Colégio episcopal, partilhando com o Papa e os outros Bispos a solicitude por todas as Igrejas, e confere-lhe a missão de ensinar, santificar e governar.

7. Qual é a missão do Bispo na Igreja particular que lhe foi confiada?

O Bispo, ao qual é confiada uma Igreja particular, é o princípio visível e o fundamento da unidade dessa Igreja, a favor da qual exerce, como vigário de Cristo, o ministério pastoral, coadjuvado pelos presbíteros e diáconos.

8. Qual é o efeito da Ordenação presbiteral?

A unção do Espírito assinala o presbítero com um carácter espiritual indelével, configura-o a Cristo sacerdote e torna-o capaz de agir em nome de Cristo Cabeça. Sendo cooperador da Ordem episcopal, ele é consagrado para pregar o Evangelho, para celebrar o culto divino, sobretudo a Eucaristia, da qual o seu ministério recebe a força, e para ser o pastor dos fiéis.

9. Como é que o presbítero exerce o seu ministério?

Embora seja ordenado para uma missão universal, ele exerce-a numa Igreja particular, em fraternidade sacramental com os outros presbíteros que formam o «presbitério» e que, em comunhão com o Bispo, e, em dependência dele, têm a responsabilidade da Igreja particular.

10. Qual é o efeito da Ordenação diaconal?

O diácono, configurado a Cristo servo de todos, é ordenado para o serviço da Igreja sob a autoridade do Bispo, em relação ao ministério da Palavra, do culto divino, da condução pastoral e da caridade.

11. Como se celebra o sacramento da Ordem?

Para cada um dos três graus, o sacramento da Ordem é conferido pela imposição das mãos sobre a cabeça do ordinando por parte do Bispo, que pronuncia a solene oração consecratória. Com ela, o Bispo invoca de Deus, para o ordinando, a especial efusão do Espírito Santo e dos seus dons, em ordem ao ministério.

12. Quem pode conferir este sacramento?

Compete aos Bispos validamente ordenados, enquanto sucessores dos Apóstolos, conferir os três graus do sacramento da Ordem.

13. Quem pode receber este sacramento?

Só o baptizado de sexo masculino o pode receber validamente: a Igreja reconhece-se vinculada a esta escolha feita pelo próprio Senhor. Ninguém pode exigir a recepção do sacramento da Ordem, antes deve ser considerado apto para o ministério pela autoridade da Igreja.

14. É requerido o celibato a quem recebe o sacramento da Ordem?

Para o episcopado é sempre requerido o celibato. Na Igreja latina, para o presbiterado, são normalmente escolhidos homens crentes que vivem celibatários e têm vontade de guardar o celibato «pelo reino dos céus» (Mt 19,12). Nas Igrejas Orientais, não é consentido casar depois da Ordenação. O diaconado permanente pode ser conferido a homens já casados.

15. Quais são os efeitos do sacramento da Ordem?

Este sacramento dá uma especial efusão do Espírito Santo, que configura o ordenado a Cristo na sua tríplice função de Sacerdote, Profeta e Rei, segundo os respectivos graus do sacramento. A ordenação confere um carácter espiritual indelével: por isso não pode ser repetida nem conferida por um tempo limitado.

16. Com que autoridade é exercido o sacerdócio ministerial?

Os sacerdotes ordenados, no exercício do ministério sagrado, falam e agem não por autoridade própria, e nem sequer por mandato ou delegação da comunidade, mas na Pessoa de Cristo Cabeça e em nome da Igreja. Portanto o sacerdócio ministerial difere essencialmente, e não apenas em grau, do sacerdócio comum dos fiéis, para o serviço do qual Cristo o instituiu.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Creio na Comunhão dos Santos


No dia 01 de Novembro a Igreja celebra a solenidade de todos os santos, fazendo memória de todos aqueles que já estão no céu e não tem um reconhecimento litúrgico, mesmo porque a Igreja não tem como conhecer todos os santos. Por isso, todos os filhos de Deus que já estão no céu são santos, pessoas que viveram com perfeição e luta o seguimento de Cristo e as Virtudes do evangelho. Pense, que até membros de sua família podem estar na comunhão dos santos rezando por você, minha avó, meu pai e um primo que faleceu aos dois anos de idade, eu creio que eles estão no céu. Santidade é a vocação universal de todos os batizados: “E nos escolheu nele antes da criação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis, diante de seus olhos no amor”. (Efésios 1,4)

”A exemplo da santidade daquele que vos chamou, sede também vós santos em todas as vossas ações, pois está escrito: Sede santos, porque eu sou santo”. (Lv 11,44), (I São Pedro 1,15).

Não celebramos Halloween, celebramos a Santidade de Deus que santifica os seus filhos. Não as bruxas e Sim aos santos.

Em que sentido a Igreja é santa?

A Igreja é santa, porque Deus Santíssimo é o seu autor; Cristo entregou-se por ela, para a santificar e fazer dela santificadora; e o Espírito Santo vivifica-a com a caridade. Nela se encontra a plenitude dos meios de salvação. A santidade é a vocação de cada um dos seus membros e o fim de cada uma das suas atividades. A Igreja inclui no seu interior a Virgem Maria e inumeráveis Santos, como modelos e intercessores. A santidade da Igreja é a fonte da santificação dos seus filhos, que, aqui, na terra, se reconhecem todos pecadores, sempre necessitados de conversão e de purificação.“Quando recebeu o livro, os quatro Animais e os vinte e quatro Anciãos prostraram-se diante do Cordeiro, tendo cada um uma cítara e taças de ouro cheias de perfume (que são as orações dos santos)”. (Apocalipse 5,8)

Como é que os Santos são guias de oração?

Os santos são modelos de oração e a eles pedimos para, junto da Santíssima Trindade, intercederem por nós e pelo mundo inteiro. A sua intercessão é o mais alto serviço que prestam ao desígnio de Deus. Na comunhão dos santos, desenvolveram-se, ao longo da história da Igreja, diversos tipos de espiritualidade, que ensinam a viver e a pôr em prática a oração: “Adiantou-se outro anjo e pôs-se junto ao altar, com um turíbulo de ouro na mão. Foram-lhe dados muitos perfumes, para que os oferecesse com as orações de todos os santos no altar de ouro, que está adiante do trono”. (Apocalipse 8,3)

O que significa a expressão comunhão dos santos?

Indica, antes de mais, a participação de todos os membros da Igreja nas coisas santas (sancta): a fé, os sacramentos, em especial a Eucaristia, os carismas e os outros dons espirituais. Na raiz da comunhão está a caridade que «não procura o próprio interesse» (1 Cor 13, 5), mas move o fiel «a colocar tudo em comum» (At 4, 32), mesmo os próprios bens materiais ao serviço dos pobres.

O que significa ainda a expressão comunhão dos santos?

Designa ainda a comunhão entre as pessoas santas (sancti), isto é, entre os que, pela graça, estão unidos a Cristo morto e ressuscitado. Alguns são peregrinos na terra; outros, que já partiram desta vida, estão a purificar-se, ajudados também pelas nossas orações; outros, enfim, gozam já da glória de Deus e intercedem por nós. Todos juntos formam, em Cristo, uma só família, a Igreja, para louvor e glória da Trindade. Essa é a nossa fé, por isso, podemos pedir a intercessão de todos os santos conhecidos e desconhecidos, rezemos:

Deus eterno e todo-poderoso, que nos dais celebrar numa só festa os méritos de todos os santos, concedei-nos, por intercessores tão numerosos, a plenitude da vossa misericórdia. Por nosso senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém

Você pode se perguntar: Quantos santos existem, está na Bilia?

“Era uma imensa multidão, que ninguém podia contar, de todas as nações, tribos, povos e línguas” (Apoc 7, 9).

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Creio na Santa Igreja Católica

I. As denominações e as imagens da Igreja

A palavra "Igreja" ["ekklésia", do grego "ekkaléin" "chamar fora"] significa "convocação". Designa assembléias do povo, geralmente de caráter religioso. É o termo freqüentemente usado no Antigo Testamento grego para a assembléia do povo eleito diante de Deus, sobretudo para a assembléia do Sinai, onde Israel recebeu a Lei e foi constituído por Deus como seu Povo santo . Ao denominar-se "Igreja", a primeira comunidade dos que criam em Cristo se reconhece herdeira dessa assembléia. Nela, Deus "convoca" seu Povo de todos os confins da terra. O termo "Kyriakà", do qual deriva "Church", "Kirche", significa "a que pertence ao Senhor".

Na linguagem cristã, a palavra "Igreja" designa a assembléia litúrgica , mas também a comunidade local ou toda a comunidade universal dos crentes . Esses três significados são inseparáveis. "A Igreja" é o Povo que Deus reúne no mundo inteiro. Existe nas comunidades locais e se realiza como assembléia litúrgica, sobretudo eucarística. Ela vive da Palavra e do Corpo de Cristo e se torna, assim, Corpo de Cristo.

A IGREJA - INSTITUÍDA POR CRISTO JESUS

Cabe ao Filho realizar, na plenitude dos tempos, o plano de salvação de seu Pai. Este é o motivo de sua "missão ". "O Senhor Jesus iniciou sua Igreja pregando a Boa Nova, isto é, o advento do Reino de Deus prometido nas Escrituras havia séculos ." Para cumprir a vontade do Pai, Cristo inaugurou o Reino dos Céus na terra. A Igreja "é o Reino de Cristo já misteriosamente presente "'.

O Senhor Jesus dotou sua comunidade de uma estrutura que permanecerá até a plena consumação do Reino. Há antes de tudo a escolha dos Doze, com Pedro como seu chefe . Representando as doze tribos de Israel , eles são as pedras de fundação da nova Jerusalém . Os Doze e os outros discípulos participam da missão de Cristo, de seu poder, mas também de sua sorte (cf. Mt 10, 25 ; Jo 15, 20) . Por meio de todos os esses atos, Cristo prepara e constrói sua Igreja.

Mas a Igreja nasceu primeiramente do dom total de Cristo para nossa salvação, antecipado na instituição da Eucaristia e realizado na Cruz. "O começo e o crescimento da Igreja são significados pelo sangue e pela água que saíram do lado aberto de Jesus crucificado ." "Pois do lado de Cristo dormindo na Cruz é que nasceu o admirável sacramento de toda a Igreja ." Da mesma forma que Eva foi formada do lado de Adão adormecido, assim a Igreja nasceu do coração traspassado de Cristo morto na Cruz .

A IGREJA MANIFESTADA PELO ESPÍRITO SANTO

"Terminada a obra que o Pai havia confiado ao Filho para realizará na terra, foi enviado o Espírito Santo no dia de Pentecostes para santificar a Igreja permanentemente ." Foi então que "a Igreja se manifestou publicamente diante da multidão e começou a difusão do Evangelho com a pregação ". Por ser "convocação" de todos os homens para a salvação, a Igreja é, por sua própria natureza, missionária enviada por Cristo a todos os povos para fazer deles discípulos .

Para realizar sua missão, o Espírito Santo "dota e dirige a Igreja mediante os diversos dons hierárquicos e carismáticos . "Por isso a Igreja, enriquecida com os dons de seu Fundador e empenhando-se em observar fielmente seus preceitos de caridade, humildade e abnegação, recebeu a missão de anunciar o Reino de Cristo e de Deus e de estabelecê-lo em todos os povos; deste Reino ela constitui na terra o germe e o início ."

O Povo de Deus tem características que o distinguem nitidamente de todos os agrupamentos religiosos, étnicos, políticos ou culturais da história:

- Ele é o Povo de Deus: Deus não pertence, como propriedade, a nenhum povo. Mas adquiriu para si um povo dentre os que outrora não eram um povo: "Uma raça eleita, um sacerdócio régio, uma nação santa" (1Pd 2,9).

- A pessoa torna-se membro deste povo não pelo nascimento físico, mas pelo "nascimento do alto", "da água e do Espírito" (Jo 3,3-5), isto é, pela fé em Cristo e pelo Batismo.

- Este povo tem por Chefe (Cabeça) Jesus Cristo (Ungido, Messias); pelo fato de a mesma Unção, o Espírito Santo, fluir da Cabeça para o Corpo, ele é "o Povo messiânico”.

- A condição deste povo é a dignidade da liberdade dos filhos de Deus: nos corações deles, como em um templo, reside o Espírito Santo

- "Sua lei é o mandamento novo de amar como Cristo mesmo nos amou .". É a lei "nova" do Espírito Santo .

- Sua missão é ser o sal da terra e a luz do mundo . “Ele constitui para todo o gênero humano o mais forte germe de unidade, esperança e salvação ."

- Finalmente, sua meta é "o Reino de Deus, iniciado na terra por Deus mesmo, Reino a ser estendido mais e mais, até que, no fim dos tempos, seja consumado por Deus mesmo ".

II. A Igreja - Corpo de Cristo

A IGREJA É COMUNHÃO COM JESUS

Desde o início, Jesus associou seus discípulos à sua vida revelou-lhes o Mistério do Reino , deu-lhes participar de sua missão, de sua alegria e de seus sofrimentos . Jesus fala de uma comunhão ainda mais íntima entre Ele e os que o seguiriam: “Permanecei em mim, como eu em vós... Eu sou a videira, e vós os ramos" (Jo 15,4-5). E anuncia uma comunhão misteriosa e real entre o seu próprio corpo e o nosso: "Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele" (Jo 6,56).

Quando sua presença visível lhes foi tirada, Jesus não deixou seus discípulos órfãos . Prometeu ficar com eles até o fim dos tempos , enviou-lhes seu Espírito . A comunhão com Jesus tomou-se, de certa maneira, mais intensa: "Ao comunicar seu Espírito, fez de seus irmãos, chamados de todos os povos, misticamente os componentes de seu próprio Corpo ".

A IGREJA É A ESPOSA DE CRISTO

A unidade entre Cristo e a Igreja, Cabeça e membros do Corpo, implica também a distinção dos dois em uma relação pessoal. Este aspecto é muitas vezes expresso pela imagem do Esposo e da Esposa. O tema de Cristo Esposo da Igreja foi preparado pelos Profetas e anunciado por João Batista . O Senhor mesmo designou-se como "o Esposo" (Mc 2,19). O apóstolo apresenta a Igreja e cada fiel, membro de seu Corpo, como uma Esposa "desposada" com Cristo Senhor, para ser com Ele um só Espírito . Ela é a Esposa imaculada do Cordeiro imaculado , a qual Cristo "amou, pela qual se entregou, a fim de santificá-la" (Ef 5,26), que associou a si por uma Aliança eterna e da qual não cessa de cuidar como de seu próprio Corpo .

Eis o Cristo total, Cabeça e Corpo, um só formado por muitos... Seja a cabeça a falar, seja os membros, é sempre Cristo quem fala. Fala desempenhando o papel da Cabeça ["ex persona capitis"], fala desempenhando o papel do Corpo ["ex persona corporis"]. Conforme o que está escrito: "Serão dois em uma só carne. Eis um grande mistério: refiro-me a Cristo e à Igreja" (Ef 5,31-32). E o Senhor mesmo diz no Evangelho: "Já não são dois, mas uma só carne" (Mt 19,6). Como vistes, há de fato duas pessoas diferentes, e todavia elas constituem uma só coisa no amplexo conjugal. Na qualidade de Cabeça ele se diz "Esposo", na qualidade de Corpo se diz "Esposa ".

III. A Igreja - Templo do Espírito Santo

O que é o nosso espírito, isto é, a nossa alma em relação a nossos membros, assim é o Espírito Santo em relação aos membros de Cristo, ao corpo de Cristo que é a Igreja ." "A este Espírito de Cristo, em princípio invisível, deve-se atribuir também a união de todas as partes do Corpo tanto entre si como com sua Cabeça, pois ele está todo na Cabeça, todo no Corpo e todo em cada um de seus membros ." O Espírito Santo faz da Igreja "o Templo do Deus Vivo" (2 Cor 6, 16):

"Com efeito, é à própria Igreja que foi confiado o Dom de Deus. É nela que foi depositada a comunhão com Cristo, isto é, o Espírito Santo, penhor da incorruptibilidade, confirmação de nossa fé e escada de nossa ascensão para Deus. Pois lá onde está a Igreja, ali também está o Espírito de Deus; e lá onde está o Espírito de Deus, ali está a Igreja e toda graça ".

O Espírito Santo é "o Princípio de toda ação vital e verdadeiramente salutar em cada uma das diversas partes do Corpo ". Ele opera de múltiplas maneiras a edificação do Corpo inteiro na caridade : pela Palavra de Deus, "que tem o poder de edificar” (At 20,32); pelo Batismo, por meio do qual forma o Corpo de Cristo ; pelos sacramentos, que proporcionam crescimento e cura aos membros de Cristo; pela "graça concedida aos apóstolos, que ocupa o primeiro lugar entre seus dons "; pelas virtudes, que fazem agir segundo o bem; e, enfim, pelas múltiplas graças especiais (chamadas de "carismas"), por meio das quais "torna os fiéis aptos e prontos a tomarem sobre si os vários trabalhos e ofícios que contribuem para a renovação e maior incremento da Igreja ".

Creio no Espírito Santo

"Ninguém pode dizer ‘Jesus é Senhor’ a não ser no Espírito Santo" (1Cor 12,3). "Deus enviou a nossos corações o Espírito de seu Filho que clama: Abbá, Pai!" (Gl 4,6). Este conhecimento de fé só é possível no Espírito Santo Para estar em contato com Cristo, é preciso primeiro ter sido tocado pelo Espírito Santo É ele que nos precede e suscita em nós a fé. Por nosso Batismo, primeiro sacramento da fé, a Vida, que tem sua fonte no Pai e nos é oferecida no Filho, nos é comunicada intimamente e pessoalmente pelo Espírito Santo na Igreja:

O Batismo nos concede a graça do novo nascimento em Deus Pai por meio de seu Filho no Espírito Santo Pois os que têm o Espírito de Deus são conduzidos ao Verbo, isto é, ao Filho; mas o Filho os apresenta ao Pai, e o Pai lhes concede a incorruptibilidade. Portanto, sem o Espírito não é possível ver o Filho de Deus, e sem o Filho ninguém pode aproximar-se do Pai, pois o conhecimento do Pai é o Filho, e o conhecimento do Filho de Deus se faz pelo Espírito Santo .

Espírito Santo, por sua graça, é primeiro no despertar de nossa fé e na vida nova que é "conhecer o Pai e aquele que Ele enviou, Jesus Cristo ". Todavia, é último na revelação das Pessoas da Santíssima Trindade. São Gregório Nazianzeno, "o Teólogo", explica esta progressão pela pedagogia da "condescendência" divina:

O Antigo Testamento proclamava manifestamente o Pai, mais obscuramente o Filho. O Novo manifestou o Filho, fez entrever a divindade do Espírito. Agora o Espírito tem direito de cidadania entre nós e nos concede uma visão mais clara de si mesmo. Com efeito, não era prudente, quando ainda não se confessava a divindade do Pai, proclamar abertamente o Filho e, quando a divindade do Filho ainda não era admitida, acrescentar o Espírito Santo como um peso suplementar, para usarmos uma expressão um tanto ousada... É por meio de avanços e de progressões "de glória em glória" que a luz da Trindade resplenderá em claridades mais brilhantes .

Crer no Espírito Santo é, pois, professar que o Espírito Santo é uma das Pessoas da Santíssima Trindade, consubstancial ao Pai e ao Filho, "e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado ". É por isso que se tratou do mistério divino do Espírito Santo na "teologia" trinitária. Aqui, portanto, só se tratará do Espírito Santo na "Economia" divina.

O Espírito Santo está em ação com o Pai e o Filho do início até a consumação do Projeto de nossa salvação. Mas é nos “últimos tempos", inaugurados pela Encarnação redentora do Filho que ele é revelado e dado, reconhecido e acolhido como Pessoa. Então este Projeto Divino, realizado em Cristo, "Primogênito” e Cabeça da nova criação, poderá tomar corpo na humanidade pelo Espírito difundido: a Igreja, a comunhão dos santos, a remissão dos pecados, a ressurreição da carne, a Vida Eterna.

A Igreja, comunhão viva na fé dos apóstolos, que ela transmite, é o lugar de nosso conhecimento do Espírito Santo:

ü nas Escrituras que ele inspirou;

ü na Tradição, da qual os Padres da Igreja são as testemunhas sempre atuais;

ü no Magistério da Igreja, ao qual ele assiste;

ü na Liturgia sacramental, por meio de suas palavras e de seus símbolos, na qual o Espírito Santo nos coloca em Comunhão com Cristo;

ü na oração, na qual Ele intercede por nós;

ü nos carismas e nos ministérios, pelos quais a Igreja é edificada;

ü nos sinais de vida apostólica e missionária;

ü no testemunho dos santos, no qual ele manifesta sua santidade e continua a obra da salvação.

A missão conjunta do Filho e do Espírito

Aquele que o Pai enviou a nossos corações, o Espírito de seu Filho " é realmente Deus. Consubstancial ao Pai e ao Filho, ele é inseparável dos dois, tanto na Vida íntima da Trindade como em seu dom de amor pelo mundo. Mas ao adorar a Santíssima Trindade, vivificante, consubstancial e indivisível, a fé da Igreja professa também a distinção das Pessoas. Quando o Pai envia seu Verbo, envia sempre seu Sopro: missão conjunta em que o Filho e o Espírito Santo são distintos, mas inseparáveis. Sem dúvida, é Cristo que aparece, ele, a Imagem visível do Deus invisível; mas é o Espírito Santo que o revela.

Jesus é Cristo, "ungido", porque o Espírito é a unção dele, e tudo o que advém a partir da Encarnação decorre desta plenitude . Quando finalmente Cristo é glorificado , pode, por sua vez, de junto do Pai, enviar o Espírito aos que crêem nele: comunica-lhes sua glória , isto é, o Espírito Santo que o glorifica . A missão conjunta se desdobrar então nos filhos adotados pelo Pai no Corpo de seu Filho: a missão do Espírito de adoção será uni-los a Cristo e fazê-los viver nele:

A noção da unção sugere... que não existe nenhuma distância entre o Filho e o Espírito. Com efeito, da mesma forma que entre a superfície do corpo e a unção do óleo nem a razão nem os sentidos conhecem nenhum intermediário, assim é imediato o contato do Filho com o Espírito, tanto que, para aquele que vai tomar contato com o Filho pela fé é necessário encontrar primeiro o óleo pelo contato. Com efeito não há nenhuma parte que esteja privada do Espírito Santo Por isso a confissão do Senhorio do Filho se faz no Espírito Santo para os que a recebem, vindo o Espírito de todas as partes precedendo os que se aproximam pela fé .

NA CRIAÇÃO

A Palavra de Deus e seu Sopro estão na origem do ser e da vida de toda criatura :

Ao Espírito Santo cabe reinar, santificar e animar a criação, pois é Deus consubstancial ao Pai e ao Filho... A ele cabe o poder sobre a vida, pois, sendo Deus, ele conserva a criação no Pai pelo Filho .

"Quanto ao homem, Deus o modelou com as próprias mãos [isto é, o Filho e o Espírito Santo] (...) e imprimiu na carne modelada sua própria forma, de modo que até o que fosse visível tivesse a forma divina."

Creio em Jesus Cristo


Jesus quer dizer, em hebraico, "Deus salva". No momento da Anunciação, o anjo Gabriel dá-lhe como nome próprio o nome de Jesus, que exprime ao mesmo tempo sua identidade e missão . Uma vez que "só Deus pode perdoar os pecados" (Mc 2,7), é Ele que, em Jesus, seu Filho eterno feito homem, "salvará seu povo dos pecados" (Mt 1,21). Em Jesus, portanto, Deus recapitula toda a sua história de salvação em favor dos homens.

Na História da Salvação, Deus não se contentou em libertar Israel da "casa da escravidão" (Dt 5,6), fazendo-o sair do Egito. Salva-o também de seu pecado. Por ser o pecado sempre uma ofensa feita a Deus , só ele pode perdoá-lo . Por isso Israel, tomando consciência cada vez mais clara da universalidade do pecado, não poder mais procurar a salvação a não ser na invocação do Nome do Deus Redentor .

O nome de Jesus significa que o próprio nome de Deus está presente na pessoa de seu Filho feito homem para a redenção universal e definitiva dos pecados. E o único nome divino que traz a salvação e a partir de agora pode ser invocado por todos, pois se uniu a todos os homens pela Encarnação , de sorte que "não existe debaixo do céu outro nome dado aos homens pelo qual devamos ser salvos" (At 4,12 ).

O nome do Deus Salvador era invocado uma só vez por ano pelo sumo sacerdote para a expiação dos pecados de Israel, depois de ele aspergir o propiciatório do Santo dos Santos com o sangue do sacrifício . O propiciatório era o lugar da presença de Deus . Quando São Paulo diz de Jesus que "Deus o destinou como instrumento de propiciação, por seu próprio Sangue" (Rm 3,25), quer afirmar que na humanidade deste último "era Deus que em Cristo reconciliava consigo o mundo" (2Cor 5,19).

A Ressurreição de Jesus glorifica o nome do Deus Salvador , pois a partir de agora é o nome de Jesus que manifesta em plenitude o poder supremo do "nome acima de todo nome ". Os espíritos maus temem seu nome , e é em nome dele que os discípulos de Jesus operam milagres , pois tudo o que pedem ao Pai em seu nome o Pai lhes concede .

O nome de Jesus está no cerne da oração cristã. Todas as orações litúrgicas são concluídas pela fórmula "per Dominum nostrum Iesum Christum por Nosso Senhor Jesus Cristo...". A "Ave-Maria" culmina no "e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus". A oração oriental do coração denominada "oração a Jesus" diz: "Jesus Cristo, Filho de Deus, Senhor, tem piedade de mim, pecador". Numerosos cristãos, como Sta. Joana d'Arc, morrem tendo nos lábios apenas o nome de Jesus .

II. Cristo

Cristo vem da tradução grega do termo hebraico "Messias", que quer dizer "ungido". Só se toma o nome próprio de Jesus porque este leva à perfeição a missão divina que significa. Com efeito, em Israel eram ungidos em nome de Deus os que lhe eram consagrados para uma missão vinda dele. Era o caso dos reis , dos sacerdotes e, em raras ocasiões, dos profetas . Esse devia ser por excelência o caso do Messias que Deus enviaria para instaurar definitivamente seu Reino . O Messias devia ser ungido pelo Espírito do Senhor ao mesmo tempo como rei e sacerdote , mas também como profeta . Jesus realizou a esperança messiânica de Israel em sua tríplice função de sacerdote, profeta e rei.

O anjo anunciou aos pastores o nascimento de Jesus como o do Messias prometido a Israel: "Hoje, na cidade de Davi, nasceu-vos um Salvador que é o Cristo Senhor" (Lc 2,11). Desde o inicio Ele é "aquele que o Pai consagrou e enviou ao mundo" (Jo 10,36), concebido como "Santo " no seio virginal de Maria. José foi chamado por Deus "a receber Maria, sua mulher", grávida "daquele que foi gerado nela pelo Espírito Santo" (Mt 1,21), para que Jesus, "que se chama Cristo", nascesse da esposa de José na descendência messiânica de Davi (Mt 1,16 ).

A consagração messiânica de Jesus manifesta sua missão divina. "É, aliás, o que indica seu próprio nome, pois no nome de Cristo está subentendido Aquele que ungiu, Aquele que foi ungido e a própria Unção com que ele foi ungido dado: Aquele que ungiu é o Pai, Aquele que foi ungido é o Filho, e o foi no Espírito, que é a Unção ." Sua consagração messiânica eterna revelou-se no tempo de sua vida terrestre, por ocasião de seu Batismo por João, quando "Deus o ungiu com o Espírito Santo e poder" (At 10,38), "para que ele fosse manifestado a Israel" (Jo 1,31) como seu Messias. Por suas obras e palavras será conhecido como "o Santo de Deus ".

Numerosos judeus e até certos pagãos os que compartilhavam a esperança deles reconheceram em Jesus os traços fundamentais tais do "Filho de Davi" messiânico, prometido por Deus a Israel . Jesus aceitou o título de Messias ao qual tinha direito , mas com reserva, pois este era entendido por uma parte de seus contemporâneos segundo uma concepção demasiadamente humana , essencialmente política .

Jesus acolheu a profissão de fé de Pedro, que o reconhecia como o Messias anunciando a Paixão iminente do Filho do Homem . Desvendou o conteúdo autêntico de sua realeza messiânica, seja na identidade transcendente do Filho do Homem "que desceu do Céu" (Jo 3,13 ) seja em sua missão redentora como Servo sofredor: "O Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar sua vida em resgate pela multidão" (Mt 20,28 ). Por isso o verdadeiro sentido de sua realeza só se manifestou do alto da Cruz . É somente após sua Ressurreição que sua realeza messiânica poderá ser proclamada por Pedro diante do povo de Deus: "Que toda casa de Israel saiba com certeza: Deus o constituiu Senhor e Cristo, este Jesus que vós crucificastes" (At 2,36).

RESUMINDO

O nome de Jesus significa "Deus que salva". A criança nascida da Virgem Maria é chamada "Jesus", "pois Ele salvará seu povo de seus pecados" (Mt 1,21): "Não existe debaixo do céu outro nome dado aos homens pelo qual devamos ser salvos" (At 4,12).

O nome Cristo significa "Ungido", "Messias". Jesus é o Cristo pois "Deus o ungiu com o Espírito Santo e com poder" (At 10,38). Ele era "aquele que há de vir" (Lc 7,19), o objeto da "esperança de Israel ".

O nome Filho de Deus significa a relação única e eterna de Jesus Cristo com Deus, seu Pai: Ele é o Filho Único do Pai e o próprio Deus . Crer que Jesus Cristo é o Filho de Deus é necessário para ser cristão

O nome Senhor designa a soberania divina. Confessar ou invocar Jesus como Senhor é crer em sua divindade. "Ninguém pode dizer 'Jesus é Senhor' a não ser no Espírito Santo" (1 Cor 12,3).

Deus vem ao encontro do homem

DEUS VEM AO ENCONTRO DO HOMEM

Mediante a razão natural, o homem pode conhecer a Deus com certeza a partir de suas obras. as existe outra ordem de conhecimento que O homem de modo algum pode atingir por suas próprias forças, a da Revelação divina. Por uma decisão totalmente livre, Deus se revela e se doa ao homem. Fá-lo revelando seu mistério, seu projeto benevolente, que concebeu desde toda a eternidade em Cristo em prol de todos os homens. Revela plenamente seu projeto enviando seu Filho bem-amado, nosso Senhor Jesus Cristo, e o Espírito Santo

ARTIGO 1 - A REVELAÇÃO DE DEUS

I. Deus revela seu "projeto benevolente"

"Aprouve a Deus, em sua bondade e sabedoria, revelar-se a si mesmo e tomar conhecido o mistério de sua vontade, pelo qual os homens, por intermédio de Cristo, Verbo feito carne, no Espírito Santo, têm acesso ao Pai e se tomam participantes da natureza divina".

Deus, que "habita uma luz inacessível" (1 Tm 6,16), quer comunicar sua própria vida divina aos homens, criados livremente por ele, para fazer deles, no seu Filho único, filhos adotivos. Ao revelar-se, Deus quer tornar os homens capazes de responder-lhe, de conhecê-lo e de amá-lo bem além do que seriam capazes por si mesmos.

O projeto divino da Revelação realiza-se ao mesmo tempo "por ações e por palavras, intimamente ligadas entre si e que se iluminam mutuamente". Este projeto comporta uma "pedagogia divina" peculiar: Deus comunica-se gradualmente com o homem, prepara-o por etapas a acolher a Revelação sobrenatural que faz de si mesmo e que vai culminar na Pessoa e na missão do Verbo encarnado, Jesus Cristo.

São Irineu de Lião fala repetidas vezes desta pedagogia divina sob a imagem da familiaridade mútua entre Deus e o homem: "O Verbo de Deus habitou no homem e fez-se Filho do homem para acostumar o homem a apreender a Deus e acostumar Deus a habitar no homem, segundo o beneplácito do Pai "

II. As etapas da Revelação

DESDE A ORIGEM, DEUS SE DÁ A CONHECER

"Criando pelo Verbo o universo e conservando-o, Deus proporciona aos homens, nas coisas criadas, um permanente testemunho de si e, além disso, no intuito de abrir o caminho de uma salvação superior, manifestou-se a si mesmo, desde os primórdios, a nossos primeiros pais ." Convidou-os a uma comunhão íntima consigo mesmo, revestindo-os de uma graça e de uma justiça resplandecentes.

Esta Revelação não foi interrompida pelo pecado de nossos primeiros pais. Deus, com efeito, "após a queda destes, com a prometida redenção, alentou-os a esperar uma salvação e velou permanentemente pelo gênero humano, a fim de dar a vida eterna a todos aqueles que, pela perseverança na prática do bem, procuram a salvação”.

E quando pela desobediência perderam vossa amizade, não os abandonastes ao poder da morte. (...) Oferecestes muitas vezes aliança aos homens e às mulheres.

A ALIANÇA COM NOÉ

Desfeita a unidade do gênero humano pelo pecado, Deus procura antes de tudo salvar a humanidade passando por cada uma de suas partes. A Aliança com Noé depois do dilúvio exprime o princípio da Economia divina para com as "nações", isto é, para com os homens agrupados "segundo seus países, cada um segundo sua língua, e segundo seus clãs" (Gn 10.5)

Esta ordem ao mesmo tempo cósmica, social e religiosa da pluralidade das nações destina-se a limitar o orgulho de uma humanidade decaída que unânime em sua perversidade, gostaria de construir por si mesma sua unidade à maneira de Babel . Contudo, devido ao pecado, o politeísmo, assim como a idolatria da nação e de seu chefe, constitui uma contínua ameaça de perversão pagã para essa Economia provisória.

A Aliança com Noé permanece em vigor durante todo o tempo das nações, até a proclamação universal do Evangelho. A Bíblia venera algumas grandes figuras das "nações", tais como "Abel, o justo", o rei-sacerdote Melquisedeque, figura de Cristo, ou os justos "Noé, Daniel e Jó". Assim, a Escritura exprime que grau elevado de santidade podem atingir os que vivem segundo a Aliança de Noé, na expectativa de que Cristo "congregue na unidade todos os filhos de Deus dispersos" (Jo 11,52).

DEUS ELEGE ABRAÃO

Para congregar a humanidade dispersa, Deus elegeu Abrão, chamando-o "para fora de seu país, de sua parentela e de sua casa" (Gn 12,1), para fazer dele "Abraão", isto é, "o pai de uma multidão de nações" (Gn 17,5): "Em ti serão abençoadas todas as nações da terra" (Gn 12,3).

O povo originado de Abraão será o depositário da promessa feita aos patriarcas, o povo da eleição, chamado a preparar o congraçamento, um dia, de todos os filhos de Deus na unidade da Igreja ; será a raiz sobre a qual serão enxertados os pagãos tornados crentes.

Os patriarcas e os profetas, bem como outras personalidades do Antigo Testamento, foram e serão sempre venerados como santos em todas as tradições litúrgicas da Igreja.

DEUS FORMA SEU POVO ISRAEL

Depois dos patriarcas, Deus formou Israel como seu povo, salvando-o da escravidão do Egito. Fez com ele a Aliança do Sinal e deu-lhe, por intermédio de Moisés, a sua Lei, para que o reconhecesse e o servisse como o único Deus vivo e verdadeiro, Pai providente e juiz justo, e para que esperasse o Salvador prometido.

Israel é o Povo sacerdotal de Deus , aquele que "traz o Nome do Senhor" (Dt 28,10). É o povo daqueles "aos quais Deus falou em primeiro lugar", o povo dos "irmãos mais velhos" da fé de Abraão.

Por meio dos profetas, Deus forma seu povo na esperança da salvação, na expectativa de uma Aliança nova e eterna destinada a todos os homens , e que será impressa nos corações. Os profetas anunciam uma redenção radical do Povo de Deus, a purificação de todas as suas infidelidades, uma salvação que incluirá todas as nações. Serão sobretudo os pobres e os humildes do Senhor os portadores desta esperança. As mulheres santas como Sara, Rebeca, Raquel, Míriam, Débora, Ana, Judite e Ester mantiveram viva a esperança da salvação de Israel. Delas todas, a figura mais pura é a de Maria.

III. Cristo Jesus "Mediador e Plenitude de toda a Revelação "

DEUS TUDO DISSE NO SEU VERBO

"Muitas vezes e de modos diversos falou Deus, outrora, aos pais pelos profetas; agora, nestes dias que são os últimos, falou-nos por meio do Filho" (Hb 1,1-2). Cristo, o Filho de Deus feito homem, é a Palavra única, perfeita e insuperável do Pai. Nele o Pai disse tudo, e não há outra palavra senão esta. São João da Cruz, depois de tantos outros, exprime isto de maneira luminosa, comentando Hb 1,1-2:

Porque em dar-nos, como nos deu, seu Filho, que é sua Palavra única (e outra não há), tudo nos falou de uma só vez nessa única Palavra, e nada mais tem a falar, (...) pois o que antes falava por partes aos profetas agora nos revelou inteiramente, dando-nos o Tudo que é seu Filho. Se atualmente, portanto, alguém quisesse interrogar a Deus, pedindo-lhe alguma visão ou revelação, não só cairia numa insensatez, mas ofenderia muito a Deus por não dirigir os olhares unicamente para Cristo sem querer outra coisa ou novidade alguma .

NÃO HAVERÁ OUTRA REVELAÇÃO

"A Economia cristã, portanto, como aliança nova e definitiva, jamais passará, e já não há que esperar nenhuma nova revelação pública antes da gloriosa manifestação de Nosso Senhor Jesus Cristo". Todavia, embora a Revelação esteja terminada, não está explicitada por completo; caberá à fé cristã captar gradualmente todo o seu alcance ao longo dos séculos .

No decurso dos séculos houve revelações denominadas "privadas", e algumas delas têm sido reconhecidas pela autoridade da Igreja. Elas não pertencem, contudo, ao depósito da fé. A função delas não é "melhorar" ou "completar" a Revelação definitiva de Cristo, mas ajudar a viver dela com mais plenitude em determinada época da história. Guiado pelo Magistério da Igreja, o senso dos fiéis sabe discernir e acolher o que nessas revelações constitui um apelo autêntico de Cristo ou de seus santos à Igreja.

A fé cristã não pode aceitar "revelações" que pretendam ultrapassar ou corrigir a Revelação da qual Cristo é a perfeição. Este é o caso de certas religiões não-cristãs e também de certas seitas recentes que se fundamentam em tais "revelações”.

RESUMINDO

Por amor, Deus revelou-se e doou-se ao homem. Traz assim uma resposta definitiva e superabundante às questões que o homem se faz acerca do sentido e do objetivo de sua vida.

Deus revelou-se ao homem, comunicando-lhe gradualmente seu próprio Mistério por meio de ações e de palavras.

Para além do testemunho que Deus dá de si mesmo nas coisas criadas, ele manifestou-se pessoalmente aos nossos primeiros pais. Falou-lhes e, depois da queda, prometeu-lhes a salvaçãoe ofereceu-lhes sua aliança.

Deus fez com Noé uma aliança eterna entre Ele e todos os seres vivos . Esta há de durar enquanto durar o mundo.

Deus escolheu Abraão e fez uma aliança com ele e sua descendência. Daí formou seu povo, ao qual revelou sua lei por intermédio de Moisés. Pelos profetas preparou este povo a acolher a salvação destinada à humanidade inteira.

Deus revelou-se plenamente enviando seu próprio Filho, no qual estabeleceu sua Aliança para sempre. O Filho é a Palavra definitiva do Pai, de sorte que depois dele não haverá outra Revelação.

Creio em Deus Pai

Creio em Deus Pai todo-poderoso, criador do céu e da terra

Desde a sua origem a Igreja, exprimiu e transmitiu sua fé em fórmulas breves, especialmente para os candidatos ao Batismo. É o nosso Credo. Ele foi elaborado pelos Apóstolos, por isso chama-se Símbolo dos Apóstolos. O Credo inicia falando de Deus Pai criador de tudo. Deus é um Ser espiritual (não tem corpo e nem sexo); Perfeitíssimo, incapaz de fa¬zer o mal; Eterno, não teve princípio e não terá fim. Ele criou todas as cria¬turas visíveis e invisíveis (anjos) que existem fora do nada. Criou o mundo belo, ordenado, conduzido por leis que o mantém. O mundo foi criado para manifestar a glória de Deus. Deus cuida do mundo com a Sua Providência divina. "Olhai as aves dos céus..." (Mt 6,26). Deus é Onipotente; pode tudo, nada lhe é impossível; é Onisciente; sabe tudo, nada lhe é oculto ou desconhecido; é Onipresente, está presente em todo lugar, ninguém e nada se esconde dEle.Pelo uso da razão e da inteligência, o homem pode conhecer a Deus; a partir da criação, e de si mesma, a pessoa humana pode saber que Ele é a origem e fim do universo; sumo bem, verdade e beleza infinita. Mas Deus nos ilumina com a Sua Revelação (Sagrada Escritura e Sagrada Tradição) para podermos conhecer melhor as verdades que excedem o nosso entendimento, e também as verdades religiosas e morais. "Ouve, ó Israel! O Senhor, nosso Deus, é o único Senhor...". (Deuteronômio 6,4). "Deus é o único Senhor" (Marcos 12,29). O Ser Supremo é único, isto é, sem igual... Se Deus não for único não é Deus. Não pode haver dois deuses. Deus é um Mistério inefável: "Se o compreendesses, Ele não seria Deus", disse Santo Agostinho. Deus Se revelou como "Aquele que é"; deu-se a conhecer como "cheio de amor e fidelidade" (Êxodo 34,6). Jesus revela que também Ele é Deus, portador do nome divino "Eu sou" (João 8,28). Deus é o Santo por excelência, "rico em misericórdia" (Efésios 2,4), sempre pronto a perdoar. É verdade e amor. Deus "é amor" (1 João 4,8.16); Se dá completa e gratuitamente: que tanto "amou o mundo, que lhe deu seu próprio Filho unigênito, para que o mundo seja salvo por seu intermédio" (cf. João 3,16-17). Deus é a própria Verdade, e como tal não se engana e não pode enganar. Ele "é luz e nEle não há trevas" (1João 1,5). Deus é uma Trindade Santa: Pai, Filho e Espírito Santo; este é o misté¬rio central da fé e da vida cristã. Este Mistério foi revelado por Jesus e é a fonte de todos os outros mistérios. Jesus Cristo revela-nos que Deus é "Pai", não só enquanto é Criador do universo e do homem, mas sobretudo porque no Seu seio gera eternamente o Filho, que é o Seu Verbo, "resplendor da sua glória, e imagem da sua substância" (Hebreus 1,3).

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Os Sete Sacramentos da Igreja


“Os sacramentos são sinais eficazes da graça, instituídos por Cristo e confiados à Igreja, por meio dos quais nos é dispensada a vida divina. Os ritos visíveis sob os quais os sacramentos são celebrados significam e realizam as graças próprias de cada sacramento. Produzem fruto naquele que os recebem com as disposições exigidas”.

A Igreja celebra os sacramentos como comunidade sacerdotal estruturada pelo sacerdócio batismal e pelos ministros ordenados.

O Espírito Santo prepara para a recepção dos sacramentos por meio da Palavra de Deus e da fé que acolhe a Palavra nos corações bem dispostos. Então, os sacramentos fortalecem e exprimem a fé.

O fruto da vida sacramental é ao mesmo tempo pessoal e eclesial. Por um lado, este fruto é para cada fiel uma vida para Deus em Cristo Jesus; por outro, é a para a Igreja crescimento na caridade e em sua missão de testemunho."Sacramentos são gestos de Deus em nossa vida. Realizam aquilo que expressam simbolicamente. Os sacramentos são, por conseguinte:

  1. Sinais sagrados, porque exprimem uma realidade sagrada, espiritual;

  2. Sinais eficazes, porque, além de simbolizarem um certo efeito, produzem-no realmente;

  3. Sinais da graça, porque transmitem dons diversos da graça divina;

  4. Sinais da fé, não somente porque supõem a fé em quem os recebe, mas porque nutrem, robustecem e exprimem a sua fé;

  5. Sinais da Igreja, porque foram confiados à Igreja, são celebrados na Igreja e em nome da Igreja, exprimem a vida da igreja, edificam a Igreja, tornam-se uma profissão de fé na Igreja.
Sacramento -> Situação da vida -> Tipo -> O que acontece...

Batismo -> Nascemos para fé -> Iniciação Cristã -> Começamos a fazer parte
da grande família que é a Igreja

Confirmação -> Crescemos como Cristãos -> Iniciação Cristã -> Assumimos com mais maturidade
o compromisso na Igreja

Eucaristia -> Precisamos de alimentos para fé e a vida em comunidade -> Iniciação Cristã -> Recebemos o corpo de Cristo unidos a todos os irmãos

Penitência -> Erramos e nos arrependemos -> Cura -> Recebemos o perdão de Deus na comunidade

Unção
dos Enfermos -> Somos atingidos pela doença -> Cura -> A graça de Deus e o caminho da Igreja ajudam o doente que sofre

Ordem -> Alguém sente vocação de
serviço total a Deus e ao irmão -> Serviço -> O Cristão se torna sacerdote a serviço da comunidade

Matrimônio -> Homem e mulher se amam
e querem se casar -> Serviço -> Os dois se comprometem aviver seu amor como cristãos de verdade

Os Sacramentos da Iniciação Cristã
Pelos sacramentos da iniciação cristã - Batismo, Confirmação e Eucaristia - são lançados os fundamentos de toda vida cristã. A participação na natureza divina, que os homens recebem como dom mediante a graça de Cristo, apresenta certa analogia com a origem, o desenvolvimento e a sustentação da vida natural. O fiéis, de fato, renascidos no Batismo, são fortalecidos pelo sacramento da Confirmação e, depois, nutridos com o alimento da vida eterna na Eucaristia. Assim, por efeito destes sacramentos da iniciação cristã, estão em condições de saborear cada vez mais os tesouros da vida divina e de progredir até alcançar a perfeição da caridade.

Sacramentos de Cura
Pelos sacramentos da iniciação cristã o homem recebe a vida nova de Cristo. Ora, esta vida nós a trazemos “em vasos de argila” (2 Cor 4,7). Agora, ela ainda se encontra “escondida com Cristo em Deus” (Cl 3,3). Estamos ainda em nossa morada terrestre (2 Cor 5,1), sujeitos ao sofrimento, à doença e à morte. Esta nova vida de filho de Deus pode se tornar debilitada até perdida pelo pecado.

O Senhor Jesus Cristo, médico de nossas almas e de nossos corpos, ele quer remiu os pecados do paralítico e restitui-lhe a saúde do corpo (conforme Mc 2, 1-12), quis que sua Igreja continuasse, na força do Espírito Santo, sua obra de cura e de salvação, também junto de seus próprios membros. É esta a finalidade dos dois sacramentos de cura: o sacramento da Penitência e o sacramento da Unção dos Enfermos.

Os Sacramentos do Serviço da Comunhão
O Batismo, a Confirmação e a Eucaristia são os sacramentos da iniciação cristã. São a base da vocação comum de todos os discípulos de Cristo, vocação à santidade e à missão de evangelizar o mundo. Conferem as graças necessárias à vida segundo o Espírito nesta vida de peregrinos a caminho da Pátria.

Dois outros, o Sacramento da Ordem e o Sacramento do Matrimônio, estão ordenados à salvação de outrem. Se contribuem também para a salvação pessoal, isso acontece por meio do serviço aos outros. Conferem uma missão particular na Igreja e servem para a edificação do Povo de Deus.

Nesses sacramentos, os que já foram consagrados pelo Batismo e pala Confirmação para o sacerdócio comum de todos os fiéis podem receber consagrações específicas. Os que recebem o sacramento da Ordem são consagrados para ser, em nome de Cristo, pela palavra e pela graça de Deus, os pastores da Igreja. Por sua vez, os esposos cristãos, para cumprir dignamente os deveres de seu estado, são fortalecidos e como que consagrados por um sacramento especial.

Sacramentos de Cura: Penitência



DIVINA INSTITUIÇÃO DO SANTO SACRAMENTO DA PENITÊNCIA



"Jesus veio e pôs-se no meio deles. Disse-lhes: “A paz esteja convosco! "Dito isso, mostrou-lhes as mãos e o lado. Os discípulos alegraram-se ao ver o Senhor. Disse-lhes outra vez: “A paz esteja convosco! Assim como o Pai me enviou, assim também eu vos envio a vós”. Depois de ter proferido estas palavras, soprou sobre eles e lhes disse: Recebei o Espírito Santo! Aqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados, e àqueles que os retiverdes, ser-lhes-ão retidos”. (Jo 20,19b-23)

Palavras da Sagrada Escritura
O Senhor falou a Moisés, dizendo: “Se uma alma pecar e o souber depois, confessará aquilo em que pecou; e o sacerdote orará por ela e pelo seu pecado”. (Lev. 5). - O que encobre as suas iniqüidades, não prosperará; mas o que “as confessa e a elas renuncia, alcançará misericórdia”. (Prov. 28,13). Aquele que peca é do demônio, porque o demônio peca desde o principio. Eis porque o Filho de Deus se manifestou para destruir as obras do demônio.“(1Jo 3,8), “ ...quando o Paráclito(Espírito Santo) vier, convencerá o mundo a respeitado pecado, da justiça e do juízo.” (Jo 16,8)
“Se confessarmos os nossos pecados, Deus é fiel e justo para no-lo perdoar e para nos purificar de toda a iniqüidade” (1 Jo 1,9).

Doutrina da Santa Igreja Católica
A penitência é próprio e verdadeiro Sacramento, instituído por Cristo, N. Senhor, para reconciliar os fiéis com o mesmo Deus, todas as vezes que, depois do Batismo, caírem em pecado.
No Sacramento da Penitência (Confissão) é necessário, “por direito divino”, confessar todos os pecados mortais de que houver lembrança, feito o devido e cuidadoso exame, ainda mesmo os ocultos, e as circunstâncias que mudam a espécie do pecado. (Concílio de Trento, Sessão XIV).

Exame de Consciência - Perguntas preliminares

Quando fiz a minha última confissão? Teria sido válida?

Uma confissão não tem valor:
1. quando se omite um pecado mortal por grave negligência no exame de consciência;
2. quando a confissão se faz sem arrependimento e sem propósito sincero de emenda;
3. quando se oculta de propósito um pecado mortal, conhecido por tal, ou quando se omite de propósito o número dos pecados mortais ou uma circunstância necessária;
4. quando já antes da absolvição se tem vontade de não cumprir a penitência.
Cumpriste fielmente a penitência imposta na última confissão? Quais são os pecados que, desde a última confissão bem feita, tiveste a infelicidade de cometer por pensamentos, palavras e obras? Para mais facilmente recordá-los, lê, atentamente e sempre refletindo, o seguinte resumo dos pecados mais comuns, e se possível escreves.
Contra os mandamentos da lei de Deus

1º.Mandamento: AMARÁS AO SENHOR TEU DEUS DE TODO O TEU CORAÇÃO, DE TODA A TUA ALMA, DE TODAS AS TUAS FORÇAS
Duvidei da existência de Deus? Acreditei apenas num ser supremo? Acreditei firmemente em tudo que Deus revelou ou duvidei voluntariamente de alguma doutrina da Igreja Católica? Reneguei ou abandonei a minha fé? Pensei ou afirmei que to­das as religiões são boas? Li, assinei, publiquei, propaguei, emprestei livros, folhetos, revistas, ou jornais contrários a Deus e a santa religião, e aos bons costumes? Dei ouvido a conversas ou discursos ímpios ou heréticos? Zombei da religião ou de seus ministros? Zombei das coisas santas? Desconfiei da misericórdia de Deus? Queixei-me de sua providência nas doenças, na pobreza e nos sofrimentos? Revoltei-me contra Deus? Freqüentei reuniões, cultos, ou organizações contrárias à mi­nha fé, como espiritismo, umbanda, quimbanda, jorei, saravá, batuque, associações ocultas, curandeirismo, seicho-no-yê, cartomantes, magia, feiticeiros, benzedeiras, adivinhos? Estou levando comigo, ou já levei orações supersticiosas? Agouros? Amuletos? Figuinhas? Lidei com despachos? Acreditei em horóscopo? Usei o horóscopo? Fiz curso de controle mental ou desenvolvimento mental e emocional ou meditação transcendental? Talvez não tenha participado diretamente nestas reuniões, cultos ou organizações contrárias a minha fé, mas deles participaram meus pais, parentes ou outros e me com­prometeram indiretamente? Talvez tenha ido por estudo ou curiosidade (contudo) (você ficou comprometido)? Coloquei as coisas do mundo, tais como riqueza, prazer, poder, fama, os meus conhecimentos acima de Deus? Adorei a Satanás? Invoquei a Satanás? Evoquei os espíritos dos mortos? Acreditei na reencarnação? Desesperei ou fui presunçoso esperando a salvação sem deixar o pecado? Cometi pecados no intuito de confessá-los mais tarde? Amei a Deus e cumpri bem sua santa vontade? Deixei de rezar por muito tempo? Rezei sem devoção, com distrações voluntárias?
2º. Mandamento: NÃO PRONUNCIARÁS O NOME DO SENHOR TEU DEUS EM VÃO
Profanei o Santíssimo Sacramento, pessoas, lugares, imagens, coisas, consagrados a Deus? Blasfemei contra Deus? Contra sua mãe, Maria Santíssima? Contra os Santos? Contra a Igreja e seus ministros? Roguei praga contra Deus? Ofendi a Deus com palavras? Jurei o seu santo nome sem necessidade? Jurei falso? Pronunciei levianamente o nome de Deus? Pronunciei o nome de Deus dizendo palavras irreverentes? Deixei de cumprir uma promessa?

3º. Mandamento: GUARDARÁS O DOMINGO E DIAS SANTOS DE PRECEITO.
Participei de missa inteira aos domingos e dias santos? Cheguei tarde por própria culpa? Fui irreverente na igreja, rindo­-me, conversando inutilmente? Tenho trabalhado ou obrigado a outros a trabalhar aos domingos e dias santos? Aproveitei estes dias para rezar mais e passar mais tempo com a família?

4º. Mandamento: HONRARÁS PAI E MÃE
-Para os filhos:
Desrespeitei os pais ou superiores falando-lhes asperamente ou respondendo-lhes mal? Murmurei contra eles? Entristeci­os gravemente? Recusei-lhes a obediência? Obedeci de má vontade? Descuidei-me dos pais na velhice, na pobreza ou na doença (sustento, últimos sacramentos, remédios)? Desejei­lhes mal? Deixei de rezar por eles?
-Para os pais:
Deixei de preparar meus filhos para a primeira comunhão? Descuidei-me da educação física, intelectual, e principalmente da educação religiosa dos meus filhos? Não os mandei à missa nos domingos, ao catecismo? Controlei suas leituras, seus dIvertimentos? Dei-lhes mau exemplo? Deixei de corrigi-los ou castiguei-os com ira?

5º. Mandamento: NÃO MATARÁS.
Tive ódio do próximo? Desejei-lhe mal? Desejei-lhe a morte? Conservei alguma inimizade? Fui moderado no comer e beber? Embriaguei-me? Usei tóxico? Expus-me ao perigo sem necessidade? Tentei suicídio? Injuriei os outros? Deixei de ajudar o próximo em suas necessidades espirituais e materiais? Briguei? Alimentei pensamentos ou desejos de vingança? Seduzi outra pessoa ao pecado ou dei escândalo? Roguei pragas? Denunciei alguém injustamente para tirar proveito? Pus em perigo a vida corporal e espiritual de outros? Com palavras? Omissões? Atitudes exageradas? Temeridade na direção do carro? Disse palavras injuriosas para com o meu próximo? Espanquei? Feri? Matei alguém? Mandei ou aconselhei a matar? Aconselhei ou provoquei o aborto? Fiquei triste com o bem do próximo? Dei mau exemplo? Maltratei os animais sem necessidade? Não tive caridade para com os pobres, doentes e necessitados?

6º. e 9º. Mandamentos: NÃO PECARÁS CONTRA A CASTIDADE. NÃO COBIÇARÁS A MULHER DO PRÓXIMO.
Consenti em pensamentos desonestos e em maus desejos? Olhei indiscreta e maliciosamente para coisas indecentes, pessoas descompostas? Tive conversas imorais? Cantei músicas imorais? Li e olhei livros e revistas, estampas e fotografias obscenas e imorais? Pratiquei atos indecentes comigo mesmo, com outra pessoa, do mesmo sexo ou do outro sexo, com animais? Faltei com o pudor ou com a modéstia em meus trajes? Tive liberdade no namoro? Defendi a promiscuidade e relações pré-matrimoniais? Defendi o Divórcio? O aborto? Rezo pedindo a Deus a força de ser casto?
-Para os casados:
Procurei satisfação carnal fora do matrimônio? (adultério ou pecado solitário (masturbação)). Desejei o adultério? Abusei do matrimônio evitando ter filhos por meios não aprovados pela Igreja? Aconselhei meios para este fim?

Nota: Acusa-te com sinceridade e confiança de tudo quanto neste ponto agrava a tua consciência, dizendo também, quanto possível, o número dos pecados. A menor falta voluntária contra a virtude da castidade e pureza do coração pode facilmente ser a fonte de uma torrente de pecados e crimes vergonhosos que arrastam a alma para a desgraça eterna. “Bem sabeis”, diz o Apóstolo São Paulo, ‘que nenhum impuro tem herança no reino de Deus”, (Ef. 5,5) Diga, embora, o mundo o que quiser, verdade é que os pecados da impureza levam às portas do inferno, e às vezes muito cedo e muito depressa. Procura purificar cada vez mais a tua alma de toda a mancha, por meio de uma humilde acusação no santo Sacramento da Penitência. Não sabendo se alguma coisa é ou não pecaminosa, pergunta ao confessor que te responderá em nome de Deus. Tem para sempre, um grande amor á virtude preciosa da santa pureza, lembrando-te, constantemente, das sublimes palavras de Jesus:
“Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus”. (Mt. 5,8).

7º. e 10º. Mandamentos: NÃO FURTARAS. NÃO COBIÇARAS AS COISAS ALHEIAS.
Tive vontade de roubar alguma coisa? Furtei? Roubei? Aceitei objetos furtados? Guardei-os? Furtei dinheiro dos meus pais? Cobicei as coisas alheias? Não restituí ao dono um objeto achado ou emprestado? Planejei algum furto? Causei algum prejuízo de propósito ou por negligência? Deixei de pagar as dividas? Cobrei juros excessivos? Não paguei ao operário o salário jus­to? Enganei o próximo. usando de peso ou medida faIsos. Enganando nas mercadorias ou encomendas? Abusei da alta dos preços? Apelei injustamente para a justiça trabalhista para obter indenizações indevidas? Desperdicei tempo no trabalho? Retive coisas que deveria ter dado ao próximo? Desperdicei o dinheiro em jogo?

8º. Mandamento: NÃO LEVANTARAS FALSO TESTEMUNHO
Menti? Falei mal dos outros? Difamei? Caluniei? Fiz juízos falsos e temerários? Semeei discórdia, inimizades na família? Provoquei inimizades políticas? Exagerei as faltas dos outros? Dei falso testemunho contra o próximo? Gosto de ouvir falar mal do próximo? Sou critiqueiro, fofoqueiro, mexeriqueiro? Reparei o mal que fiz com calunias e mexericos? Violei segredos? Abri cartas alheias? Fingi doenças, pobreza, piedade para enganar os outros?

CONTRA OS MANDAMENTOS DA IGREJA
Ouvi missa nos domingos e festas de guarda? Confessei-me pelo menos uma vez ao ano? Comunguei pelo menos uma vez pela Páscoa da ressurreição? Jejuei e abstive de carne quando manda a Santa Mãe Igreja (Quarta-feira de Cinza e Sexta-feira Santa)? Pago o dízimo segundo costume?

Nota: Deves acusar-te só dos pecados que cometeste. Tendo cometido algum pecado que, talvez, não se ache neste resumo, não deixes de declara-lo ao confessor.

Aviso importante sobre o efeito da Contrição
Tendo, pois, por tentação caído em algum pecado mortal, deves recorrer, quanto antes, ao Sacramento da Penitência. Não podendo, porém, na mesma hora encontrar um Sacerdote que te perdoe por ordem de Jesus Cristo, nem por isso Deus quer que te percas. Neste caso, reza com toda a devoção e com toda a dor de tua alma um ato de contrição, arrependendo-te de ter sido tão ingrato ao teu Pai que está no céu, e ao teu Salva­dor que por amor de ti morreu na cruz. Faz então o firme propósito de não ofender mais a Deus com nenhum pecado mortal, e de confessar sinceramente as tuas culpas a um seu ministro, quando te for possível. Morrendo assim antes da Confissão, serás salvo pela graça de Deus que recuperaste pelo arrependimento perfeito e pelo sincero desejo de te confessar. “Um coração contrito e humilhado Deus não o desprezará.” (SI. 50)

Mas quatro coisas são indispensáveis:
1.O arrependimento perfeito por amor de Deus;
2. O firme propósito de não cometer mais nenhum pecado mortal;
3. A sincera vontade de confessar a culpa a um sacerdote, se em qualquer tempo for possível.
4. Como,rezamos no Pai Nosso, os nossos pecados só serão perdoados se dermos o nosso perdão.

Ato de Contrição:
Meu Deus, eu me arrependo de todo o meu coração de Vos ter ofendido e procuro nunca mais tornar a pecar. Meu Jesus, perdão e misericórdia.